CF/88

5/2/2007
Gisele Montenegro

"Jornalista critica carta política. 'Folha de S. Paulo' 5/2/07 – A2. A ausência de temas, a estagnação total de fatos e notícias, conseqüência de uma máquina pública que dá sinais se movimentar somente após o Carnaval, se já tiver concluído o nome dos Ministros, e tudo começará depois do Carnaval... O Jornalista ataca Ulysses a ponto de dizer que era peça fundamental de uma farsa. No confuso texto o colunista Fernando Rodrigues confunde conceitos, criticando a alusão que faz aos advogados na Constituição, a época, moderna e inovadora. Deveria ter falado em médicos, generais, engenheiros? Ora, o principal estatuto da nação, que regula direitos e garantias individuais, fundamentais, direito social, ambiental, formação e hierarquia das leis, a organização do Estado e os Poderes; funções essenciais da Justiça, defesa do Estado e instituições democráticas, cria a advocacia pública (até então operando de forma paliativa, com juízes escalando nos corredores do Fórum – ad hoc ou convênios descompromissados com entidades e honorários aviltantes. E lembrar que só em 1988 instituiu-se o dever do Estado colocar profissionais para defesa daqueles inúmeros indivíduos que contemplam a existência humana, a relação de desigualdade entre seus semelhantes, após 100 anos de liberação dos escravos – é escandaloso – mas há cem anos – 1888: dá vergonha olhar para trás! O Jornalista estranha e rotula nossa carta de 'corporativa'. Ao que parece, Direito Constitucional e hermenêutica são fundamentais para postular em Juízo; há necessidade de orientação de um profissional articulado em Leis, ou qualquer profissional resolve? Um jornalista na seção de cartas, talvez... É como se dizia antigamente: não tem notícia, bate no Getúlio; hoje, não tem notícia bate nos advogados..."

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