Artigo - Basta de Violência aos Direitos Sociais!

15/2/2007
Luiz Carlos de Souza Ribeiro Jr. - OAB/SP 224.446, escritório Cerdeira Advogados Associados

"Poderia filosofar, linhas e linhas, corroborando as elucidações postas no texto do professor Jorge Luiz Souto Maior (Migalhas 1.596 – 14/2/07 – "Justiça à Justiça do Trabalho" – clique aqui), mas prefiro ser sucinto, conciso e lacônico, simplesmente dizendo: 'Que bom seria, se houvesse no Brasil mais ALGUNS magistrados, que refletissem e pensassem como o ilustre professor, sobre a importância do cargo que ocupam perante a sociedade brasileira'. Como causídico e profundo apaixonado pelo tema laboral, sinto-me constantemente indignado com juízes que estão transformando suas salas de audiência em verdadeiras cabines de acordos. Pagam-se (quando se paga) somente as verbas incontroversas, ou seja, verbas rescisórias, durante um acordo, intrajornada não gozado pelo reclamante ou hora extraordinária incorretamente paga pela reclamada, não são mais sequer discutidas, viola-se todo e qualquer direito, e mais, as verbas que DEVEM ser pagas à vista, são parceladas em 10, 12 ou 15 vezes, ou seja, a se perder de vista. Reclamadas alegam em suas contestações que, nunca viram, sequer conhecem o vigilante que está sentado a sua frente. Negam o indivíduo, negam o cidadão, nega-se tudo para não obterem uma condenação. Só não se nega, que quem nega é o detentor do carro importado 2007, do apartamento de 750 m² com 6 vagas na garagem, da casa de veraneio e da casa de campo, isso não se nega, sempre demonstrada para os amigos com ostentação, mas nega-se o vigilante, sentado na sua frente, que por anos e anos defendeu com sua vida o patrimônio do patrão e lhe é agora negado por reivindicar sua prestação. A conseqüência: o filho do vigilante cansado da injustiça com o pai, que trabalhou a vida toda sem a devida gratificação, resolve virar ladrão. Assalta, aterroriza o filho do patrão, 'colocam uma arma na sua cabeça e não tem perdão' como eles mesmos dizem. Em suma, feliz é o advogado, O CIDADÃO, que se senta numa sala de audiência que é presidida por juízes como Jorge Luiz Souto Maior, que demonstra que o direito social não se encontra apenas nos livros e nas Leis e sim implícita na nossa profissão como operadores de um Direito social."

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