Governo Lula

5/3/2007
Antonio Carlos Rocha da Silva - advogado especialista em Direito Econômico

"O governo federal alardeia ter obtido um volume recorde de U$100 bilhões. Mais uma propaganda para enganar ingênuos. Está comprando dólares injetados no mercado, tomando empréstimos em reais ao custo de juros de 13% ao ano e aplicando a moeda estrangeira a juros de 4,5% ao ano. É como usar o cheque especial para depositar na caderneta de poupança e demonstrar um acréscimo patrimonial que serve de garantia a credores. Os banqueiros e investidores internacionais devem estar rindo. Só um presidente inculto e aficionado da propaganda pessoal pode cometer uma asneira dessas. A desculpa de que está tirando o excesso de moeda estrangeira em oferta no mercado para evitar a valorização do real é mais uma forma de ocultar o peso da tributação que onera a produção brasileira e diminui a competividade dos nossos empresários. A dívida interna brutal de mais de R$ 1 trilhão, o sucateamento da infra-estrutura, a corrupção indomada e incentivada, a tolerância e a incompetência na contenção da violência como forma de apropriação de bens alheios, a gastança pródiga dos recursos públicos, a derrama tributária, a estagnação da economia, a insegurança da propriedade e dos contratos subordinados por lei à sua 'função social' e modificáveis pelo argumento da imprevisão, o aparelhamento político das Agências Reguladoras, a subordinação descarada do Legislativo e mascarada do Judiciário (o STF, com a maioria de Ministros nomeados pelo atual presidente da República, está em vias de isentar políticos dos processos por crimes de improbidade) ao Poder Executivo, o desaparelhamento dos equipamentos, dos salários e contingentes das Forças Armadas, a escalada do socialismo brega contaminando as instituições, são fatores de risco que os investidores internos e externos não deixam de observar. Dai ao estouro da boiada (se os juros pagos pelo governo baixarem a níveis que não compensem o risco da especulação) e à fuga de capitais para lugares mais confortáveis, bastam alguns cliques nos computadores. As 'fantásticas' reservas externas de 100 bilhões podem minguar ou sumir em segundos. No mundo dos negócios não existem bolsas de benemerência."

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