Promessas do Governo

27/4/2004
Samir Pires - Advogado - Cia. Suzano de Papel e Celulose

"Migalheiros, uní-vos! Mais uma vez, ecoam maluquices do Planalto Central! Primeiro, anuncia-se o inédito "Espetáculo de Crescimento"... E então, como num "flash", o mui digníssimo Ministro José Dirrrrceu vai à imprensa dizer que não houve nenhum caso de corrupção desde a posse dos novos Comandantes da Terra Brasillis - falando nisso, cadê o Diniz, hein? Depois, o Comandante-mor diz aos "companheiros" que não adianta radicalizar, pois ele mesmo já radicalizou e não deu certo. Em seguida, o seu Co-Piloto, preocupado com sua empresa têxtil, e pela milésima vez, aparece na TV indignado com a "Dona Selic". Aí vem o Governo e diz que não vai mais negociar aumento para ninguém. Para dar mais ânimo, assume-se que o Plano "Primeiro Emprego" foi elaborado com "mente de sindicalista", que apenas um (isso mesmo, UM) emprego foi criado, e que, portanto, o Plano não presta para nada... E, como se não bastasse, ontem veio a derradeira promessa. Após reunião com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, defendeu o Comandante-mor: "Companheiros, vocês terão novidades sobre a correção da tabela do imposto de renda até sexta-feira". Parece piada, mas não é. Mais uma vez, a máxima de que "atirar pedra é fácil, ser vidraça é difícil" se faz presente! Devemos, sim, reconhecer que o trabalho desenvolvido pelo Governo não é dos mais fáceis. Mas será que o próprio Governo não pode ter uma voz única, sem criar oposição dentro da oposição? Será que não dá para ser um pouco realista? O atual Governo está apenas colhendo o que vem plantando há tempos. Só se esqueceram de que alianças se baseiam no "toma lá, dá cá". Os sindicatos (e no vácuo deles, os aventureiros e os aproveitadores de plantão) estão querendo o pagamento pelo apoio que tiveram no passado, e o resultado está, por exemplo, nas infindáveis filas do INSS e da Receita Federal. Não estão percebendo que isso está afetando a economia como um todo. Não estão percebendo que a indústria está deixando de produzir, de investir e de captar recursos, por conta dos obstáculos criados pela instituição chamada Governo. Não adianta clamar pela colaboração do empresariado, se a ajuda que é pedida é paga com "burrocracia". Com a devida permissão, repito as palavras Dr. Alexandre Thiollier: "haja paciência"!!!"

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