Venezuela

3/12/2007
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

"Sr. Diretor. Como eu já disse, não concordo com políticos, isto é, não confio neles. Quanto ao Chávez, seu plano deu para trás, se pretendia uma ditadura ou não, isto estava no seu subjetivo. Na verdade, ele me fez lembrar um célebre ditado popular: Quem é apressado, ou come frio ou queima a boca. Ele se apressou em querer tudo e foi vencido. Vamos ver o que vai dar. Ele disse que vai cumprir a vontade popular. Vamos ver! Na verdade todos os povos são socialistas ou comunistas, enquanto são pobres. Quando vêm uma possibilidade de ficarem ricos, abjuram-nos. Foi assim na Rússia, o berço do comunismo. Aos poucos está a China indo para o mesmo caminho. Já se fala em capitalistas na China. O comunismo não admite capitalismo, na doutrina de Karl Marx. Logo é um comunismo 'fajuto'. Na verdade, em quem não se pode confiar é no gênero humano, por isso não confio em ismos, exceto, talvez, no anarquismo. Esse não tem políticos, pelo menos que queiram mandar. Acho que lhes contei quando eu ingressei no partido Comunista, com meus 17/18 anos. Convivendo com um, que se dizia comunista, vindo da Espanha, fugido de Franco, decepcionei-me num simples leilão de um bolo, para pagar a sede, o aluguel dela. Pensei que eu houvesse ganhado o sorteio e determinei que voltasse para sorteio; entretanto, quem havia ganhado era um velho espanhol, que reclamou. Pensei que ele, num gesto cavalheiresco deixaria o bolo para ser sorteado novamente, mesmo porque precisávamos do dinheiro. Que nada! Saiu com o bolo debaixo do braço e seus familiares acompanhando-o, como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Eu pensei, na ocasião, apesar de minha imaturidade: imagine se fosse uma coisa de valor! Foi aí que me decepcionei, e repensei quanto ao meu futuro..."

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