Heróis da Pátria

4/12/2007
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Miguel Reale Júnior, no Estadão do último sábado, escreveu sobre a falta de referência que leva o povo brasileiro a eleger, como herói, a si próprio. Estranhou o professor a ausência de memória histórica, até de acontecimentos recentes, dos quantos renunciaram aos seus próprios interesses em benefício da comunidade, em benefício da pátria. Exemplo disso, marcante, foi a participação do Brasil na  1ª Guerra Mundial, desde então lembrada e festejada, em memória dos brasileiros que perderam a vida naquele confronto internacional. Mas, o que se ensina, hoje, nas escolas brasileiras, a respeito do assunto? O que nossos jovens levam para casa sobre o conflito no qual mais de 50 milhões de vidas se perderam? Uma pequena mostra é uma aula, dada em Taubaté (clique aqui), difícil de entender até para saber do que o 'mestre' está falando, mais preocupado em ser engraçado do que ensinar alguma coisa. Essa nova modalidade de ensino, na qual o 'professor' deve parecer um idiota, um humorista de programas televisivos de baixo nível, no qual não faltam palavras de baixo calão e gestos chulos, tudo para divertir uma platéia imbecilizada que nada, absolutamente nada, vai levar daquela aula, além do 'denegrimento' da nação. Assim é, caro amigo Miguel Reale, que além da falta de memória do povo brasileiro, parece que há um sistemático trabalho de 'apagar' da memória da juventude o que deveria fixar. Daí, não sobra nada mesmo. Certamente, o ilustrado 'mestre', mesmo que não soubesse nada a respeito da 'Batalha das Toninhas', poderia ter ido à Internet, como vão todos os seus alunos, e trazido à sua turma, algo melhor como, por exemplo, um artigo sério (clique aqui). Por falar em internet, uma estudante, provavelmente a que gravou, com seu celular, a aula do interessante 'professor', gostou tanto da lição, que a colocou na rede, sob o título 'Prof. Carlão e a 1ª Guerra (Batalha de Toninhas)', com o seguinte comentário, para os leitores de seu 'blog', no 'Google': 'Gente... alguém teve um professor assim?!?!?!?! Bárbaro!!!!!'. E outro estudante, também muito atento à história, 'entendeu' tudo, tudinho, e não hesitou em compartilhar, na internet, seus conhecimentos:

'Sobre Hittler, eu creio que ele viajou para a Patagônia em um submarino e de lá foi um dos cérebros da organização nazista para capturar alguns pontos de poder no mundo e planejar uma possível volta, assim como MILHARES de oficiais nazistas que se refugiaram na Argentina após perderem a Guerra.

 

E por último, sobre os submarinos brasileiros, acredito que foram afundados pelas famigeradas toninhas, que se vingaram do massacre das suas semelhantes anos atrás. (pra quem não sabe, houve um episódio chamado: batalha das toninhas, quando submarinos brasileiros torpedearam toninhas por as confundirem com submarinos alemães, isso tornou a FEB uma piada durante a guerra inteira...)'. 

E a memória histórica vai se expandindo, graças aos preciosos ensinamentos propiciados aos nossos estudantes."

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