Pesquisas

"Penso, logo existo. Aceitando essa única certeza como base, Descartes, com sua doutrina, propunha, conforme explicou ao Cardeal Bérulle, em 1628, a formulação de uma doutrina dinâmica, útil, que auxiliasse os homens em suas coisas costumeiras, não importando fosse na matemática, na mecânica, na moral ou na medicina porque, segundo esclareceu, seu objetivo último era nos tornar senhores e possuidores da natureza. A filosofia de Descartes não era um exercício de contemplação ociosa, mas um instrumento de domínio do homem, uma ferramenta do progresso humano e não mais da especulação desinteressada. Isso até que na Universidade de Kyoto, no Japão, o chefe de pesquisas, Tetsuro Matsuzawa, demonstrou, em uma pesquisa, que os chimpanzés têm melhor desempenho em certas habilidades mentais que seus jovens alunos universitários. E isso não tem a ver com aquele programa do Silvio Santos em que se perguntava aos Universitários e, sorrindo, nunca sabiam nada. Também, lá não haviam chimpanzés, o que não dava para fazer um estudo pioneiro. Mas, no Japão, na Universidade de Kyoto, foram testados três pares de chimpanzés, cada um formado por uma mãe e seu filho, contra estudantes universitários, em testes de memória que envolviam números. Cada participante viu, em um monitor, vários números, de um a nove. Os números eram substituídos por quadrados em branco e o estudante ou o chimpanzé tinham que lembrar qual o número que apareceu em qual lugar e, então, tocar o quadrado certo na tela. Simples, não? Pois bem, os pesquisadores notaram que os chimpanzés jovens tinham desempenho bem melhor do que suas mães e do que os humanos adultos, ou seja, os universitários foram bem mais lentos do que os três chimpanzés jovens em suas respostas. Os chimpanzés se saíram melhor do que os universitários em velocidade e precisão quando os números apareciam apenas por um momento. Em entrevista à BBC, o professor Matsuzawa disse que: 'Ainda estamos subestimando a capacidade intelectual dos chimpanzés, nossos vizinhos de evolução'. Se isso tem a ver com a qualidade do ensino no Japão, melhor que não façam o mesmo estudo no Brasil, principalmente depois do relatório do OCDE, que coloca nosso país entre os piores nos índices de educação."