Investidura vitalícia

1/6/2004
Paulo Duarte - Acadêmico de Direito da UFRN

"Em relação à nota do Sr. Adauto Suannes (Migalhas 937), tenho que, respeitosamente, discordar de sua argumentação, pois o que é público é público - Um general será sempre um general e, como tal deverá ser tratado, com respeito e dignidade, bem como um sargento, ou um ministro de um tribunal superior. V. Sª é que esta confundindo intimidade e amizade pessoal (confundido coisa pública com privada), cargo com função, confundindo função um dia exercida (temporal) com, no caso dos militares, posto hierárquico (atemporal). Por ser amigo do Ministro, quer chamá-lo pelo nome: então chame-o como ele aprovar, mas o senhor vai ter que cumprir a lei com os outros ministros que não são seus amigos, ou levar aos seus congressistas propostas de alteração legal e constitucional, conforme for o caso. Não consigo ver a correlação entre tratar as pessoas com respeito e corrupção. Qual a conexão entre chamar de V. Exª um cidadão que dedicou dias; horas; noites de estudo para ser um ministro honrado ou um general e página policial? Acho que falta, isso sim, respeito às leis e às pessoas neste país. Outra coisa, que é meu humilde modo de ver, se não entendi errado, foi a utilização de linguagem pejorativa, jocosa: "militar de pijama", "ou coisa que o valha". Não se pode tratar os servidores de bem, do passado, com desdém não! Vamos cumprir as leis! Vamos utilizar linguagem respeitosa e honrada ao nos dirigirmos aos homens de bem que deram ou dão sua vida, seu suor diário para o progresso e evolução deste país. Porém, mandar para cadeia, de modo efetivo e exemplar, quem investido da função estatal se corrompeu e fez mau uso, em proveito próprio, da função que um dia exerceu! Como já dizia Rui Barbosa: "O Aposentado, o Jubilado, o Reformado, o Pensionista do Tesouro, são credores da nação, por títulos definitivos, perenes e irrefutáveis""

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