Educação

7/12/2007
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

"Sr. Diretor. Leio na Folha: Brasil é um dos piores em relação a ciências. Pudera! Como poderia ser um dos melhores com a pouca atenção dada à Educação. Ontem, ouvi que há  um 'déficit' de mais de 200 mil professores de Matemática, Física e Química, e que aulas são dadas por leigos. Leigos dando aulas? Deve ser piada! O melhor é não tê-las. Educação é coisa séria e que fazem nossos governos? Desviam as verbas para tudo, menos para a Saúde e Educação. Façam comparação de quanto ganha um professor e, por exemplo, um Juiz de Direito. No meu tempo ganhavam quase iguais ou até iguais. Ambos têm, de ter curso universitário. São Paulo, que é um dos Estados mais ricos da Federação, paga seus professores miseravelmente, imagine os outros. Quando leio sobre concursos, vejo a diferença de remuneração que dão para outras carreiras, que devem ter mais baixo nível, por exemplo, ensino médio. Começam com o dobro que deve ganhar um professor do ensino médio. O professor tem de ter curso superior, estar em dia com os avanços da matéria. Como fazê-lo se, para sobreviver, tem que dar aulas, de manhã, à tarde e à noite? Nos sábados e domingos estão extenuados, e têm de corrigir provas, preparar aulas etc. No meu tempo éramos catedráticos, agora somos páreas. Um professor nem pode manter uma casa decente. No meu tempo tínhamos automóveis, hoje nem dá para comprar bicicletas. Ou mudamos nossos objetivos, principalmente nossos infelizes governantes, ou iremos para o caos geral. Fico ironizando, quando leio as disputas, os litígios políticos em torno de siglas: socialismo, comunismo, democracia, direita, esquerda etc.  etc. etc. Não temos cientistas, não temos Justiça e data venia nem vergonha na cara, quando votamos. Atenciosamente"

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