Migalheiros

10/12/2007
Conrado de Paulo

"Enquanto o povo não se autogovernar, sem intermediários (políticos profissionais), nada vai mudar. Na nossa democracia representativa, o povo não dispõe de meios que o possibilite participar das decisões da nação. Se os políticos profissionais decidem criar mordomias, favorecimentos, apadrinhamentos e leis que o favoreçam, o povo não tem como contestar. Não há na democracia representativa a mínima chance de o povo poder participar nas decisões. Mesmo o chefe do executivo, se elege por meio de propaganda e marketing (métodos demagógicos), vinculados a grupelhos, sempre interesseiros. A representação é uma forma deturpada do Poder, que tem suas bases oriundas de jogos de interesses desses grupelhos. A maioria esmagadora desses representantes cria legislação em causa própria. Trocando em miúdos: é pura ficção se falar que um político, tecnicamente falando, esteja representando os desejos de seus eleitores. O cidadão não participa de nenhuma decisão de sua comunidade, a não ser nos casos de plebiscitos e referendos. Delegando todos os direitos a esses fictícios representantes, fica totalmente alienado, e passa a ter participação zero nos destinos do país. Uma saída seria criar Conselhos, com membros não-remunerados, do qual só participariam cidadãos interessados em cooperar com a sociedade, e capazes de escolher um mandatário apartidário e imparcial, sendo este, sempre sujeito a veto popular, e com mandato restrito a dois anos, no máximo."

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