Rodízio

10/12/2007
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Reportagem de alguns dias, nas televisões, dava conta de que, em Curitiba, carros flagrados em um comando de trânsito naquela cidade, foi constatado que 60% dos automóveis não estavam em condições de circular, ou porque não estavam em dia com o licenciamento, ou porque os carros não estavam em condições mecânicas de circular, ou porque os motoristas não contavam com habilitação. Em São Paulo, o Presidente do Instituto de Engenharia, Francisco Christovam critica a proposta do novo rodízio, por dois motivos: o primeiro é porque, em seu entender, deveria partir da CET e, depois porque, antes de ser aprovado o novo projeto, seria necessário, até por questão de justiça, tirar das ruas, os 30% da frota que circulam irregularmente, cerca de 1,5 milhão de veículos sem registro para, depois, aplicar restrições a quem está regular. Enquanto isso, sem pensar em nada, a Câmara Municipal já aprovou, em primeira votação, o projeto do vereador Ricardo Teixeira, que estabelece, nos horários de pico, das 7h às 8h e das 17h às 18h30 para as placas ímpares, e para as pares das 8h31 às 10h e das 18h31 às 20h a proibição de circular diariamente em anos ímpares, e vice-versa nos anos pares. O que ninguém pensa é em como resolver o problema do trânsito, já que essa solução, a la Jobim, de tirar os carros das ruas, como se tira os aviões dos aeroportos, é engraçada, mas só empurra com a barriga, mas não resolve nada. Talvez mais adiante vai ser proibida a fabricação de automóveis, ou dificultada a emissão das carteiras de habilitação, ou recolhidos os carros, como no caso do desarmamento, já que o automóvel, muitas vezes é confundido com uma arma. Mas, em uma coisa parece que ninguém pensa. É que, independentemente de placas pares ou ímpares, se começar a vigorar o novo sistema de rodízio, as empresas deverão abrir mais cedo e fechar mais tarde, o que demandará, um gasto de energia muito maior, exatamente na maior cidade do Brasil, uma das maiores cidades do mundo, o que arruinará qualquer outro projeto de economia de energia."

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