Ministro do TCU

15/6/2004
Maurílio Cunha

"Mais uma vez, que horror! O Governo indica, e o Senado aprova, um nome "abaixo de quaisquer e de todas as suspeitas". O mesmo que hoje "coloca a sua biografia em jogo", nas palavras do brilhante Senador Jefferson Perez, é o mesmo que nomeou, no passado, o Sr. Aloísio Alves para Ministro do Superior Tribunal Militar. Só que,  sublevando-se e, com um gesto revestido de dignidade, patriotismo, seriedade, lucidez e de rebeldia, oh! bendita rebeldia, do Ministro Paulo César Cataldo, o STM não lhe deu posse, inaugurando, daquela forma, a "desnomeação" por absoluto constrangimento a que se submeteu aquele Tribunal, por não terem sido pesadas as premissas que devem servir de sustentáculo do ato de escolher, de indicar e de nomear. Será que teríamos, no Tribunal de Contas da União, hoje, alguém que sustentasse e imitasse a inesquecível "guerra" travada naquela ocasião? Oxalá permita que uma voz se levante naquela Corte, para impedir o prosseguimento de tão afrontoso ato. Sim, afrontoso ato até ao Supremo Tribunal Federal, onde tramita ação contra um nome já indiciado, mas que hoje é indicado e aprovado. Será saudado e chamado de Ministro. Mas será um ministro que se esconderá no cargo. A capa preta, a toga, símbolo da magistratura, cair-lhe-á como um fardo pesado. Conheci alguns nomes que sentir-se-iam feridos de morte com tamanha insensatez e, tenham certeza, imitariam o Ministro Cataldo. Ganhariam a guerra. Ou renunciariam o cargo. É com muita indignação que lhes escrevo. E é com o peito aberto que lhes chamo para um abraço cheio de alegria por vê-los como sustentáculos das colunas de onde e  entre elas, se pode gritar a verdade e erigir templos à virtude. Por mais que se cave, tomando o buraco proporções gigantescas, mais claro fica que o Brasil é muito maior. Ainda que assim pensando, todas as manhãs, ao acordar, peço ao Pai Maior que continue a iluminar e guiar o nosso amado e querido Brasil. E assim, com sandálias nos pés e ao chão, vou caminhando e a ver coisas..., vendo coisas..., coisas vendo. Aceitem, por hora, os Abraços do"

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