Violência

9/1/2008
Marcelo Calonge

"Senhor Editor, Tenho acompanhado as opiniões sobre o direito de alguns brasileiros andarem armados, digamos os nossos cidadãos considerados de primeira classe, como o promotor que alvejou o motoqueiro, ao que tudo indica em legítima defesa. O Prof. Adilson Dallari - muito corretamente, diga-se desde logo - aborda no Migalhas de hoje esse privilégio dado a alguns em função do cargo que exercem (1.813 – 8/1/08 – "Migalhas dos leitores - Promotor mata motoqueiro – III"). Esquecem nossos legisladores que todos os demais brasileiros, ainda que não tenhamos cargos públicos, temos famílias, pagamos impostos e, não obstante, somos assaltados nos sinais, em nossas casas, nas ruas e os bandidos, além do roubo, ainda tripudiam conosco (os brasileiros de segunda classe que não temos direito ao porte de arma), por saberem que estaremos sempre desarmados, nunca haverá revide. Somos tratados como os bois nos matadouros. Os que defendem as regras atuais alegam que a permissão de porte de arma a todos só serviria para aumentar o número de armas em mãos de bandidos. Eu pergunto: o fato de os cidadão brasileiros de segunda classe (nós que não somos juízes, promotores, policiais, etc.)  não podermos portar armas tem impedido que os bandidos as tenham? Será que as armas automáticas, os AR-15, as metralhadoras de última geração foram todas roubadas em nossos automóveis, em nossas casas ou retiradas de nossa cinturas na rua?! Façam-me o favor! Qualquer garoto menor de idade pode comprar um revolver 38 em qualquer esquina de nossas cidades e matar um pai de família, por exemplo e, se detido, receberá o tratamento do Estatuto da Criança e do Adolescente. Em poucos meses estará solto nas ruas matando novamente. É esse o país que queremos?! Proponho que o Migalhas abra um debate sobre o assunto, pois, afinal, a Constituição Federal e as Leis infraconstitucionais não podem separar em classes os seus cidadãos. Se nossos políticos não têm competência de mandar policiar às ruas, prender, julgar, condenar e manter presos os bandidos que, pelo menos, deixem que possamos duelar com as mesmas armas."

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