Férias forenses

14/1/2008
Bruno Lannes

"Não obstante a irônica explanação do Douto Desembargador Ruy Coppola, como ex-servidor público (oficial de justiça) em MG e atualmente exercendo a advocacia no Estado do Rio Janeiro, percebo que, tanto no Poder Legislativo, quanto nos Poderes Judiciário e Executivo, existem as mazelas e chacotas com o povo brasileiro (Migalhas 1.816 – 11/1/08 – "Férias Forenses" – clique aqui). Na verdade, tanto o ilustríssimo Desembargador, quanto o nobre senador, infelizmente, estão com a razão. Ao mesmo tempo em que nossos deputados e senadores recebem notória e descaradamente (sem contar as ilícitas e sigilosas), polpudas verbas para fazerem o jogo sujo da política em nossa Capital Federal, a realidade em nossos tribunais não se distancia da proposta do senador Eduardo Suplicy. Os Juízes (agentes políticos) e servidores da justiça, trabalham como se atuassem no meio privado, esquecendo que, apesar de exercerem a difícil e honrosa missão de 'fazer a justiça', devem servir ao público e, portanto, devem no mínimo, o respeito a seus jurisdicionados. O que percebemos nos tribunais, principalmente, no Estado do Rio de Janeiro onde milito, é o completo descaso com os advogados e o povo em geral. É corriqueiro, após esperar horas por uma audiência, ser informado que o Juiz não compareceu e a audiência não poderá acontecer. Isso tudo, sem a justificativa da ausência do magistrado e sem ao menos, um pedido de desculpa. Não tiro a razão do Exmo. Desembargador, pois, antes de tudo, está em defesa dos direitos de sua classe, contudo, penso que, os privilégios, imunidades, prerrogativas, vencimentos e demais vantagens auferidas por nossos agentes políticos, sejam integrantes do Poder Legislativo, Executivo, Judiciário ou MPS, são por demais onerosos aos cofres públicos, haja vista, a balbúrdia disseminada em nossas instituições."

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