Artigo - O sucateamento das forças armadas e as ameaças externas

15/1/2008
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

"Sr. Diretor de Migalhas. Li a defesa que fez das forças armadas o Migalheiro Dr. Paulo Duarte. Mas o que eu contesto das forças armadas é quando elas se julgam acima de todos e partem para intervenções ilegítimas. Isto vimos recentemente, no Brasil, no Chile, na Argentina, no Uruguai etc. etc. Inclusive na África, e em outros continentes. Logo não é novidade. O Japão só melhorou quando extinguiram as forças armadas, que levou o Japão a inúmeros morticínios, que culminaram com sua desgraça de Pearl Harbor. Enfim, ele só progrediu quando os principais chefes das forças armadas foram enforcados. Quanto a armá-las, para quê? Quem ameaça o Brasil de intervenção armada? Ninguém! Nós tivemos intervenção no episódio Christie, há dois séculos, em que a Inglaterra colocou a esquadra nas nossas fronteiras marítimas, e não pudemos reagir. Não tínhamos meios como não temos hoje. A Argentina desafiou a Inglaterra, devido às Falklands, e foi humilhada. Para criarmos um País  que se possa defendê-lo contra os grandes precisaríamos de muito, muito dinheiro. Nós não temos nem dinheiro   nem tecnologia! Melhorar a aviação, a marinha, o exército com milhares de aviões de combate, com armas modernas, com submarinos e navios, de quanto precisaríamos? Melhor mesmo como diz o outro Migalheiro, Conrado de Paulo: dedicar o pouco dinheiro que temos à Educação e à Saúde. Armando-os, só daríamos às forças armadas condições de reimplantarem ditaduras, porque o povão não tem armas, e eles estarão sempre, pelo passado, sob suspeição. Não me venham com conversa fiada de defesa de guerras, porque não temos contra quem e nem o porquê. Outro dia, um de meus filhos disse-me, após assistir a filmes sobre os Estados Unidos: não há país que possa enfrentá-los com a tecnologia que têm. E se eles se dispuserem a atacar-nos, o que faríamos?   O que fazem os Iraquianos? Nem bomba nós temos para ataques suicidas. É melhor esses belicistas acordarem. Atenciosamente"

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