Artigo - Advocacia, Ciência, Tecnologia e Exame de Ordem

18/2/2008
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

"Sr. Diretor de Migalhas. Quanto ao texto do dr. Armando Silva do Prado (Migalhas dos leitores - "Artigo - Advocacia, Ciência, Tecnologia e Exame de Ordem" – clique aqui). Quero comentar. Obviamente, o 'migalheiro' refere-se aos que não precisavam prestar exames na OAB, porque não era imprescindível. O mesmo que, infelizmente, hoje não é exigido para as demais carreiras: médicos, engenheiros etc. um erro abominável. Porque as faculdades não medem nada. Dão as matérias; mas os alunos podem ou não se dedicar a elas. Sou veterano, logo o 'migalheiro' não se refere a mim, com 81 anos, pois prestei exame com 54 anos em 1980. Refere-se provavelmente àqueles que não eram obrigados. Bastava formarem-se. Concordo com ele, fui examinado por advogados que não haviam prestado exame e notei a deficiência deles, não só na parte jurídica; mas principalmente na personalidade. Pareciam, quando prestei exame da 1ª vez, todos 'magistri dixerunt', todavia, cheguei a corrigir um deles numa palavra; e notei que daí por diante com ele eu não passaria. Meu professor de Direito Penal, no cursinho que fiz, (não estou autorizado a dizer-lhe o nome) reclamou pela minha reprovação, haja vista que assistira o exame e julgou irregular. Quando fui prestar, 3 meses depois, conversei com um repórter-gerente (hoje falecido) da Folha pedindo-lhe para que destacasse alguém para assistir o exame, se a Banca fosse a mesma, para pôr a boca no Mundo, se fosse outra vez reprovado. Felizmente foi outra Banca, e fui aprovado. Como professor, que eu era, de português e latim, sempre reprovei o exame oral, porque assistira, até contra mim, professores reprovadores, sem qualificação. Num caso, quando um aluno se aproximara da Banca que eu fazia parte, para ser examinado, um Professor, titular da Banca, disse-me: Credidio reprova esse aluno porque é um malcriado! Respondi-lhe imediatamente que não. Se soubesse iria passar, como passou comigo, com nota 7, 00, que coloquei em esferográfica, para que não apagasse. O tal Professor nunca mais falou comigo. Depois soube que ele tinha licença para ensinar várias matérias, até artes manuais; e o latim provavelmente aproveitou-se que davam licença para tudo, antes das Faculdades. Um outro professor das Arcadas, que me reprovara em latim no oral, soube que não sabia latim, quando comentei com uma professora, esposa de um professor titular de lá, de que havia me reprovado e eu tirara nota 3,00 no escrito, a maior nota que davam. No mesmo ano, prestei na PUC e fui aprovado, no oral, com a notas 6,00 (Prof. Van Beselaar-holandês) 7,00 (Prof.Bento Prado de Almeida Ferraz) e 10,00 com o Professor Rodrigues, todos professores de latim, no entanto, um que não era professor de latim reprovou-me, na USP. Eis porque sou contra o exame oral. Pode prevalecer o subjetivismo do professor e não fazer Justiça. Ainda bem que a OAB eliminou-o. Atenciosamente."

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