Migalheiros

20/2/2008
Conrado de Paulo

"Vocês se lembram do estudante de medicina que foi encontrado morto na piscina da USP, em 1999? Ele foi afogado mecanicamente (isto significa que, mesmo não sabendo nadar, foi jogado várias vezes na piscina, até que não resistisse mais), num trote realizado na USP. Então, vocês têm que saber que, até hoje, ninguém foi responsabilizado pela morte do rapaz. E os acusados estão livres, leves, soltos, exercendo suas profissões e gozando a vida. São eles: dr. Frederico Carlos Jana Neto; dr. Ary De Azevedo Marques Neto; dr. Guilherme Novita Garcia e dr. Luis Eduardo Passarelli. Cabe lembrar que o dr. Márcio Thomaz Bastos, que virou Ministro da Justiça do governo Lula, 24 horas depois de assumir o cargo, pediu a sustação do processo. Isso porque ele era um dos advogados de defesa do dr.Luis Eduardo Passarelli Tirico. Na ocasião, declarou o ministro da justiça de Lula que inexistia relação entre sua nomeação e o pedido de sustação do processo, mas, segundo a promotora responsável pelo caso, 'é, no mínimo, uma coincidência muito estranha o fato de a ação ser interrompida um dia depois da nomeação de Márcio Thomaz Bastos, sabendo-se que ele defendia um dos acusados'. Vê-se, portanto, que sem o prosseguimento da ação, até hoje o único culpado(?) foi a própria vítima, Edison Tsung Chi Hsueh, que pagou com a própria vida pelo esforço que fez para entrar no curso da USP. Só pra refrescar mais um pouco a memória. O nosso Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, foi também advogado dos delinqüentes que assassinaram o indio pataxó, a quem, igualmente, nada aconteceu." 

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