Cartão Corporativo

20/2/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Um Bardo, na história antiga da Europa, era uma pessoa encarregada de transmitir as histórias e poemas de forma oral, cantando as histórias de seus povos em poemas recitados, como músico e poeta, simultaneamente. Mais tarde, seria conhecido como trovador. Nos filmes do grupo Monty Phyton, em especial no 'Monty Phyton em busca do cálice sagrado', a figura do bardo é ridicularizada em um verdadeiro chato que acompanha o cavaleiro, cantando suas vitórias, o mesmo acontecendo com o personagem Chatorix, que personifica o bardo, ou o trovador, sempre a atormentar todo mundo pretendendo contar ou cantar a história do povo gaulês. Lula, nosso presidente, infelizmente, ou felizmente, não conta com um bardo, ou um trovador para cantar seus feitos, enaltecer suas qualidades e exaltar seus atributos e os de seu governo. E, cá entre nós, nem precisa. Ele mesmo se encarrega disso. E como. Mas, se tivesse, por certo poderia ser Luiz Gonzaga. Sim, o Luiz Gonzaga, o 'rei do baião' que, de maneira alguma se confundiria com os chatos antes mencionados, tal a qualidade e a musicalidade de suas composições. Poderia ele, com certeza, estar sempre presente, como uma sombra, se vivo fosse, ao lado do Presidente Lula, acompanhando-o em todas as suas inúmeras viagens, precedendo-o ou sucedendo-o, como uma verdadeira trilha sonora, sempre cantando, acompanhado de sua sanfona, 'Vida de Viajante', que compôs com Hervê Cordovil:

 

'Minha vida é andar

Por esse país

Pra ver se um dia

Descanso feliz

Guardando as recordações

Das terras por onde passei

Andando pelos sertões

E dos amigos que lá deixei.

 

Chuva e sol

Poeira e carvão

Longe de casa

Sigo o roteiro

Mais uma estação

E alegria no coração.

 

Minha vida é andar...

 

Mar e terra

Inverno e verão

Mostra o sorriso

Mostra a alegria

Mas eu mesmo não

E a saudade no coração

 

Minha vida é andar...'

 

Mas, mesmo sem seu trovador, lá se vai o presidente. Mesmo em meio aos preparativos para a instalação da CPI que vai investigar o uso – o tremendo mau uso – dos cartões corporativos do governo, o Presidente Lula afirmou que não tem tempo a perder com CPI: 'Meu papel vai ser viajar pelo Brasil.' Para ver se um dia descansa feliz, guardando as recordações das terras por onde passou..."

 

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