"Um Bardo, na história antiga da Europa, era uma pessoa encarregada de transmitir as histórias e poemas de forma oral, cantando as histórias de seus povos em poemas recitados, como músico e poeta, simultaneamente. Mais tarde, seria conhecido como trovador. Nos filmes do grupo Monty Phyton, em especial no 'Monty Phyton em busca do cálice sagrado', a figura do bardo é ridicularizada em um verdadeiro chato que acompanha o cavaleiro, cantando suas vitórias, o mesmo acontecendo com o personagem Chatorix, que personifica o bardo, ou o trovador, sempre a atormentar todo mundo pretendendo contar ou cantar a história do povo gaulês. Lula, nosso presidente, infelizmente, ou felizmente, não conta com um bardo, ou um trovador para cantar seus feitos, enaltecer suas qualidades e exaltar seus atributos e os de seu governo. E, cá entre nós, nem precisa. Ele mesmo se encarrega disso. E como. Mas, se tivesse, por certo poderia ser Luiz Gonzaga. Sim, o Luiz Gonzaga, o 'rei do baião' que, de maneira alguma se confundiria com os chatos antes mencionados, tal a qualidade e a musicalidade de suas composições. Poderia ele, com certeza, estar sempre presente, como uma sombra, se vivo fosse, ao lado do Presidente Lula, acompanhando-o em todas as suas inúmeras viagens, precedendo-o ou sucedendo-o, como uma verdadeira trilha sonora, sempre cantando, acompanhado de sua sanfona, 'Vida de Viajante', que compôs com Hervê Cordovil:
'Minha vida é andar
Por esse país
Pra ver se um dia
Descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras por onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei.
Chuva e sol
Poeira e carvão
Longe de casa
Sigo o roteiro
Mais uma estação
E alegria no coração.
Minha vida é andar...
Mar e terra
Inverno e verão
Mostra o sorriso
Mostra a alegria
Mas eu mesmo não
E a saudade no coração
Minha vida é andar...'
Mas, mesmo sem seu trovador, lá se vai o presidente. Mesmo em meio aos preparativos para a instalação da CPI que vai investigar o uso – o tremendo mau uso – dos cartões corporativos do governo, o Presidente Lula afirmou que não tem tempo a perder com CPI: 'Meu papel vai ser viajar pelo Brasil.' Para ver se um dia descansa feliz, guardando as recordações das terras por onde passou..."