Migalheiros

25/2/2008
Pedro Luís de Campos Vergueiro

"Acabo de ver no 'Fantástico', reportagem sobre o 'Barão do ecstasy' que veio de ser liberado (mediante hábeas corpus) pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Além de procurar mostrar as razões da concessão do HC, exibiu-se uma breve entrevista com o traficante. Porém, as perguntas que lhe foram feitas (pelos menos as que foram colocadas no ar) foram insatisfatórias. A rigor não cabia só ouvir o que ele acha sobre a liberdade alcançada e o seu futuro. Interessa conhecer, isto sim, o que um traficante pensa a respeito da juventude que se consome com as drogas que ele vende (doenças irreversíveis até a morte), se ele tem filhos e netos, o que ele pensa de seus filhos e netos consumirem drogas, se ele dá (ou daria) drogas para seus filhos e netos (já que isso para ele é fácil) e, ainda, como ele encararia saber que seus filhos e netos são consumidores de drogas e que se valem de furtos e roubos para comprar a droga que ele vende. Essas perguntas e as respectivas respostas deveriam ser colocadas no ar, inclusive com análise de especialistas. É importante conhecer como pensa o outro lado, o lado do traficante, sobretudo a respeito dos estragos que provocam. Antes da fuga e do sumiço do barão, ainda poderá dar tempo para ser novamente entrevistado e questionado com essas e outras perguntas da mesma natureza, num programa especial e mais longo."

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