Migalheiros

"Nem só de 'porrada' vive o vocabulário presidencial. Seria bom se assim fosse, mas não é, infelizmente. No livro 'Viagens com o Presidente', escrito pelos jornalistas Eduardo Scolese e Leonêncio Nossa, que atuam no Comitê de Imprensa do Palácio do Planalto, os dois autores, que acompanharam Lula em algumas de suas muitas viagens, descrevem o palavreado chulo do presidente. Por exemplo, ao comentar acerca de um assessor, ao qual havia pedido uma toalha: 'Olha o bundão, lá vai o bundão pegar a minha toalha'. Todos ficaram sabendo do comentário feito na audiência com a ministra do Meio Ambiente, quando se discutia a transposição das águas do rio São Francisco: 'Marina, essa coisa de meio ambiente é igual a exame de próstata, não dá para ficar virgem a vida toda. Uma hora eles vão enfiar o dedo no cu da gente. Então, companheira, se é para enfiar, que enfiem logo'. Em 2006, Lula ficou irado ao ler um artigo em um jornal que apontou falhas na política agrária do governo federal, e comentou: 'tem que mandar esse cara tomar no cu'. Na suíte presidencial de um hotel em Georgetown, ao receber de um assessor o texto do discurso que deveria fazer sobre o combate mundial à fome, assim se manifestou: 'Enfiem no cu esse discurso, caralho. Não é isso que eu quero, porra. Eu não vou ler essa merda'. Durante um jantar na embaixada brasileira em Tóquio, em maio de 2005, Lula proclama: 'O Chile é uma merda. O Chile é uma piada. Querem mais é que a gente se foda por aqui. Eles estão cagando para nós'. E, durante o mesmo jantar, referindo-se ao presidente da Argentina: 'tem horas, meus caros, que tenho vontade de mandar o Kirchner para a puta que pariu'. Tudo isso, caro migalheiro Edmond d'Avignon, está lá, no livro 'Viagens com o Presidente', cuja leitura recomendo. Muito edificante. Mas, guarde bem. Fora do alcance das crianças."