Chávez e a Revolução Bolivariana

10/3/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Depois que Chávez decretou, na Venezuela, a Revolução Bolivariana e elegeu Simón Bolívar seu ídolo máximo, pretendendo com suas idéias implantar o socialismo em seu país, encontrei algumas opiniões sobre o libertador. Carl Marx, por exemplo, costumava se referir a Bolívar como o 'Napoleão das Retiradas' e, numa carta a Engels, assim se manifesta: 'É um absurdo ver esse canalha covarde, miserável, ordinário, posto nas nuvens, como se fosse Napoleão'. O próprio Bolívar ('carta a um cavalheiro que tinha grande interesse na causa republicana na América do Sul' – 1815), expressava uma opinião não muito lisonjeira sobre seus compatriotas: 

'Enquanto nossos compatriotas não possuírem os talentos e as virtudes políticas que distinguem nossos irmãos do norte, os sistemas inteiramente populares, longe de nos serem favoráveis, receio que virão a ser nossa ruína. Infelizmente, essas qualidades parecem estar muito distantes de nós, na intensidade que se deseja; e, pelo contrário, estamos dominados pelos vícios que foram contraídos sob a direção de uma nação como a espanhola, que só sobreviveu em atrocidade, ambição, vingança e avidez.'

E Bolívar, inspiração de Chávez, como ele também não era o rei da coerência. No último final de semana, tive oportunidade de ler o 'MANUAL DO PERFEITO IDIOTA LATINO AMERICANO', de Plínio Apuleyo Mendoza, Alvaro Vargas Llosa e Carlos Alberto Montaner (Ed. Bertrand Brasil), cuja leitura recomendo, aliás. E é de lá que extraí. Como se vê – e sempre tem razão os velhos ditados – quem sai aos seus não degenera, motivo pelo qual Chávez vem trilhando o mesmo caminho que pensa ter sido trilhado pelo seu ídolo, pulando muitas etapas, é claro, já que gosta mais dos capítulos finais. Mas – talvez desconheça – é que Bolívar esperava, com sua obra, juntar o continente latino americano, não obstante o resultado tenha sido exatamente o oposto e que sua epopéia acabou terminando em tragédia."

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