Células-tronco

12/3/2008
Antonio Bastos A. Sarmento - advogado, Tauil, Chequer & Mello Advogados, associada à Thompson & Knight L.L.P. Werneck

"A controvérsia sobre o uso de embriões em pesquisas para possível cura de doenças tem suscitado pronunciamentos muitas vezes surpreendentes, seja pelo conteúdo, seja pelo nome das pessoas que os enunciam (Migalhas 1.854 -10/3/08 - Ponto de vista). Não é o caso de citar ninguém, mesmo porque não se trata de qualificar ou desqualificar opiniões. Mas parece injusto determinar o momento em que a vida passa a ser protegida pela constituição com base em meras frases de efeito sobre a vida embrionária ou os embriões de vida, ou como as que afirmam ser a eclosão da vida o surgimento do sistema nervoso, cuja formação não pode ser comprovada sem a hipotética validade de um exame histológico somente possível em fetos mortos. A questão é e será sempre um dado ético, acima de conflitos paroquiais, questiúnculas e vaidades, além de pseudo conceitos científicos incapazes de afirmar definitivamente qual o contexto, conteúdo e essência que tornam o ser humano um fato existencial perfeito e acabado. Nem me intrometo em assunto acima do nosso ‘descortinio’ e de nossa frágil enteléquia, para dar apenas mais um palpite. Somente lembro dos gladiadores que se apresentavam diante dos cesares para saudá-los antes de se expor a combates mortais em prol da boa política de agradar o povo romano: ave cesar, morituri te salutant. Assim deverão os embriões, prestes a serem sacrificados no bisturi de supostos salvadores de vidas, saudar-nos a todos ao morrer antes de nascer?"

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