Inflação

22/4/2008
Romeu A. L. Prisco

"A inflação anda bem mais alta do que se imagina, contra o que consta nos mascarados índices oficiais e extra-oficiais, mas, não é somente pelo constante aumento de preços, principalmente dos alimentos. Querem ter uma pálida idéia? Hoje, no período matinal, logo após levantar, dediquei-me à realização de duas tarefas rotineiras: fazer a barba e tomar café. Ao abrir a embalagem, nova, do tubo de creme para barbear, daquele que parece ser aluminizado por dentro, tive de apertá-lo quase até a metade, antes de sair a primeira porção do seu conteúdo ! Equivale dizer: o resto que se continha no tubo não passava de ar, só que 'entubado', no lugar de 'engarrafado'! Enquanto me barbeava, lembrei que, recentemente, abrira uma embalagem, nova, de creme dental, que apresentara o mesmíssimo efeito! Depois fui tomar café e abri uma embalagem, nova, de torradas de pão integral. Quando dei por mim, tinha ingerido quase todas! Por quê? Teria aumentado o meu apetite? Não, mas, com certeza, diminuirá a quantidade do produto. Tive que me conter, para deixar algumas torradas para minha mulher, que também estranhou a quantidade. Agora vem a pergunta: esses exemplos configuram, ou não, casos típicos de inflação ? Obviamente, a resposta só pode ser positiva, considerando que o consumidor-usuário se vê obrigado a adquirir cada vez mais quantidade, desembolsando, portanto, mais, para obter, dos produtos, o mesmo desempenho que obtinha antes dos 'truques' empregados por seus fabricantes. Quanto aos Governos, federal, estaduais e municipais, assistem eles impassíveis a essas situação, porque também têm seus 'truques', muitos até de natureza legal, na imposição e cobrança de tributos. Querem um exemplo ? Uma pequena propriedade situada em zona rural, que deveria ser tributada pelo INCRA, a 'baixo custo', acaba sendo tributada pela Prefeitura local, através do IPTU, a 'altíssimo custo', única e exclusivamente porque a área circundante daquela propriedade foi considerada 'urbanizável'! É o quanto basta para escorchar o contribuinte, que paga caro sem nenhum retorno, porque a 'urbanização' propriamente dita acaba ficando ao Deus dará! Desde o dia em que nascemos até o dia em que morremos somos vítimas de sucessivas enganações. Claramente, no segundo caso, as vítimas passam a ser os nossos familiares e amigos. Alguém já se perguntou o que é feito com o caixão, sempre luxuoso e de elevado preço, dos mortos cujos corpos são enviados à cremação ? Espero que não me respondam que essa urna funerária, tal como os restos mortais do defunto, também é incinerada..."

Envie sua Migalha