País jurídico

26/5/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Tem gente que gosta. E tem quem não goste. Nós, advogados, aprendemos que o mundo jurídico é necessário para garantir a paz social, para atribuir a cada qual o seu direito. Para outros, não passa de burocracia que atrapalha. Um perigo representado por o que, popularmente, se diz: 'vai cair na justiça'. 'Se cair na justiça, pode demorar um dia, uma semana, ou até anos. Aí, um ganha e outros perdem. E um deles entra na justiça de novo'. Uma desgraça, essa história de 'cair na justiça', nas palavras do presidente Lula, em uma nova cerimônia do PAC, agora em Santos, na presença da ministra Dilma, em mais um 'comício' de improviso. 'Esse é o país jurídico que criamos'. Um país que não anda, segundo o presidente, por causa da burocracia jurídica, essa coisa de documentação, licitações, textos, palavras, concessões ambientais e, depois... cair na justiça, um inferno, onde uns ganham e outros perdem, e há recursos, e justiça de novo. O PAC, segundo o presidente, deveria ser direto, sem licitações, sem necessidade de concessões ambientais, sem contratos, sem preocupações com textos ou palavras escritas. Sem nada. Ele diz e a ministra Dilma, a 'mãe do PAC', faz, ou manda fazer, e 'cuida do PAC como um filho, ela tem que acompanhar, prestar contas para mim uma vez por mês, prestar contas para a imprensa uma vez a cada quatro meses. Se não for assim, o país não anda'. Sem justiça, sem mais nada para atrapalhar. É, na cabeça dele faz sentido: esse país que criamos, jurídico, só atrapalha."

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