Migalheiros 10/6/2008 José Cícero - professor, escritor, pesquisador e poeta "O Adeus Bendito do poeta Maldito À memória do poeta José Alcides Pinto E agora Quintana ? O que faremos agora Baudelaire? Com esta poesia insossa Sobrevivente, cheia de mágoas. Agora que a sós estamos, Como morto-vivos Solitariamente, Vivenciando o drama humano poético Agora que calou-se para sempre o grito. Agora que se foi para a metafísica a ação, a concretudo do gesto Do sacrossanto ser - o poeta maldito que o Acaraú um dia cedeu ao mundo sob a ensignía-nome de José Alcides Pinto. Partiu o estro Como por ironia num verso frio. Sangue derramado no negro betume do asfalto da rua. como uma estrofe Do seu poema mais belo, obsceno, crítico Serenos, lírico, ensandecido. Estendido no meio do povo Como um velho conhecido Passeando, contando história Aos que ainda têm ouvidos. Que tola ironia! Nosso poeta em choque Não mais com a palavra brava, indomável. Porém com uma motocicleta. Morte fria. Antiestética, macabra, assassina. Pacto celebrado desde o nascimento Da poética alcidiana Com o desconhecido; Fantástico realismo Tecnológico dos fatos. Concretismo sentimento sempre presente como fogo ardente na língua e na face de José Alcides Pinto. O que faremos agora Quintana? Como ficaremos Dimas Macedo? Agora que só nós restou Toda a liturgia do pleno Caos Poético-literário Marcado pelo sangue Ainda a escorrer no chão escuro do asfalto em meio a multidão de curiosos Em que nosso vate maldito Escreveu no silêncio fatal Do seu último instante seu derradeiro verso. Adeus maldito! Até breve poeta José Alcides Pinto. Recomendações e lembranças a Leminski, Garcia, Neruda, Vinícius E todos os amigos da eterna poesia." Envie sua Migalha