Anencefalia e um novo STF

13/8/2004
Vanessa Martins de Lima - Pestana e Maudonnet - Advogados

"Não sou advogada, sou apenas uma simples bibliotecária de um escritório de advocacia, porém leio todos os dias o Migalhas, e gosto muito, pois me atualizo para melhor exercer minha função. E por não ser advogada sentia-me constrangida em opinar em diversos assuntos. Mas com relação à opinião da migalheira Dra. Carina Souza Cardoso - Procuradora do Estado de Mato Grosso do Sul – gostaria de comentar que, diante de tanta polêmica levantada a respeito da anencefalia, eu ainda não tinha uma opinião formada, pois todos os argumentos me pareciam bastante razoáveis. Porém, ouvindo esse testemunho tão humano, de uma mulher que é mãe, e sendo eu uma “mãe em potencial”, pela primeira vez pude olhar com olhos diferentes para essa questão. Por ser mulher e por querer ter filhos, corro o risco de gerar uma criança com tal complicação, e simplesmente coloquei-me no lugar de uma mãe que vive(u) tal drama, e não pude suportar nem mesmo a idéia de passar por tão grande sofrimento. Entretanto, acho que deveríamos humanizar mais esse mundo, acho que deveríamos olhar com olhos mais humanos, mesmo para questões jurídicas. Concordo com a Dra. Carina quando diz que, se a questão é evitar que uma mulher passe por esse sofrimento por gerar uma criança sem cérebro, então as que geram crianças com problemas físicos também deveriam ter o mesmo direito, e as que gerem crianças com doenças incuráveis, e etc, como disse a migalheira. Continuando isso, receio de que não demorará para que o aborto seja permitido em qualquer caso, sob o pretexto de evitar "um sofrimento inútil e cruel, que afronta a dignidade da pessoa humana"."

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