Migalheiros

12/7/2008
Alcionei Miranda Feliciano

"Todos somos ignorantes. Cada um em uma área do conhecimento. Somos seres inacabados, imperfeitos, limitados, que buscam o conhecimento, todavia é preciso reconhecer que nossa limitação nos impede de sermos plenos em todas as ciências. Os seres se completam, o homem precisa da mulher; o filho precisa do pai; o aluno do professor; o pastor das ovelhas; o homem de Deus, enfim, somos seres dependentes. O maior ignorante é aquele que se acha pleno, completo, e que já sabe de tudo, a este não resta sabedoria a ser alcançada, conhecimento a ser descoberto. A idade, por vez chamada de 'experiência' torna o ser um grande arrogante. Quanto mais conhecemos, mais nossos olhos se abrem levando nossa visão a um horizonte cada vez mais além, quando criança o limite era conhecer os quatro cantos de nossa casa, ao crescermos o limite é o bairro, depois a cidade, em seguida o município, após o Estado, em seguida a Federação, depois o continente, na seqüência o globo terrestre, após o universo, no início as palavras 'papai e mamãe', depois o português, após o inglês, na seqüência o mandarim, como se vê, não existe limite para a nossa ignorância, pois quanto mais sei, descubro que mais existem coisas que não sei. Costumo dizer que : - de médico, louco e advogado todo mundo tem um pouco. Pois todos temos uma receitinha mágica, seja para uma febre ou um problema de ordem jurídica. Nos achamos plenos e capazes de, isoladamente, solucionarmos todos nossos problemas. Percebo que cerca de 80% dos problemas de ordem jurídica poderiam ter sido evitados se a pessoa tivesse realizado uma consulta preventiva a um advogado, porém, o senso do saber, faz com que decisões sejam tomadas, consultando-se, por vezes, apenas a voz da experiência pessoal, ou de um 'rábula' do direito. Deixa-se de lado a visão técnica, teórica e prática daqueles que se especializaram em solucionar os problemas de ordem jurídica de seus constituintes. Não me peça para fazer um banquete, pois nesta área reconheço minha ignorância. Não me peça para pintar um quadro, que certamente passarei vergonha, muito menos para tocar uma música ou cantar, pois certamente muitas crianças que tem se dedicado a esta ciência me darão um banho de conhecimento, porém, naquilo que me predispus a conhecer na área jurídica, e que milito e estudo diariamente, aqui sim você pode confiar. Sou ignorante em muitas áreas, mas naquela que milito sou especialista, ainda inacabado, mais alguns passos além dos demais mortais. Reflita nisso."

 

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