Greve na Justiça paulista

10/9/2004
Nilson Theodoro - advogado - SP

"Considerando os valores atuais dos salários dos servidores da Justiça, a greve perdeu sua importância. Acho que os serventuários deviam dividir as suas reivindicações. Uma coisa é lutar por melhores condições de trabalho, que realmente é necessário. E outra é brigar por aumento salarial, que na atual conjuntura econômica do País merece maior atenção. Conheço advogado passando fome, vendendo patrimônio para fazer frente aos seus custos mensais e rezando para a greve terminar logo. Tem advogado implorando para os poucos funcionários que se encontram emitirem suas certidões da justiça gratuita. No fim, a justiça do movimento acaba se esvaindo no alto custo, já que diferentemente dos outros seguimentos econômicos a greve não afeta os próprios funcionários e a própria Justiça, como ente não produtor de riqueza que é, em sua essência. Na verdade a Justiça é apenas um meio de produção econômico, pois todos os que a ela se dirigem precisam dela para girar alguma coisa. E pior! Alguns precisam dela para sobreviver! Tenho certeza de que existem outros meios de solução do impasse, que não apenas a greve. Basta colocar a cabeça para funcionar!"

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