Iraque

8/10/2004
Milton Córdova Júnior - migalheiro

"O último relatório de investigadores americanos sobre o Iraque, apresentado ontem, quinta-feira, no Congresso americano, afirma que Saddam Hussein não possuía um arsenal de armas de destruição em massa, justificativa usada pelo governo de George W. Bush para lançar a invasão do Iraque. A equipe de investigadores liderada pelo ex-inspetor de armas da ONU, Charles Duelfer afirma ainda que Saddam Hussein era uma ameaça "decrescente" para o Ocidente e seus vizinhos quando seu país foi invadido pelos Estados Unidos, segundo o jornal The Washington Post. O que "impressiona" nessa notícia tão óbvia é que eles poderiam ter economizado bilhões de dólares e a vida de milhares de pessoas, incluindo aí a do inesquecível Sérgio Vieira, se se dessem ao simples trabalho de ter ouvido um brasileiro, o ex-Diretor-Geral da OPAQ, José Maurício Bustani, atual embaixador brasileiro em Londres. Bustani sabia, há muito tempo, que não haviam armas químicas no Iraque. Mas os EUA preferiram, convenientemente, enviar um sujeito mal-encarado chamado John Bolton - aquele mesmo que um dia afirmou que "se o prédio das Nações Unidas em NY perdesse 10 andares, não faria a menor diferença" - para calar o brasileiro. Não calaram Bustani e, ao contínuo, o destituíram do cargo, numa ação fora-da-lei. A guerra do Iraque estourou e o resultado, está aí, "prá inglês ver".  Em todos os sentidos, Bustani - que é graduado em Direito - foi o homem que poderia ter evitado a guerra."

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