Rodízio de carros

3/12/2008
Rodrigo Milioni

"Prezados, a despeito da notícia: 'Projeto quer liberar advogados do rodízio de carros em São Paulo', não poderia deixar de manifestar a minha opinião. Em que pese o fato de o rodízio ser um fator que incomoda as pessoas, pois na impossibilidade de utilizar o carro para trabalhar, temos que ficar nas mãos do precário transporte público da cidade de São Paulo, não acredito que uma lei deva isentar uma categoria de pessoas em razão de seu ofício. Deixando de lado a discussão que porventura se insurgiria por conta da isenção concedida aos médicos, acredito que o fato de deixarmos o carro uma vez por dia em casa, ou pelo menos respeitar os horários impostos pela legislação que regula o rodízio, constitui ato de cidadania. Ato este raro na cidade de São Paulo, onde motoristas e motoqueiros se digladiam o dia todo, onde parar nos cruzamentos das principais avenidas não nos dá certeza de passarmos primeira marcha no carro ainda com o relógio no pulso e outras coisas mais que poderíamos citar. Sou advogado, sei que a lei vai me beneficiar, pois não vou precisar mais acordar as 5h30 da manhã para chegar no escritório antes das 7 e sair somente após a 20h. No entanto, antes de advogado, sou cidadão. O fato de pertencer a uma classe profissional não me concede mais direitos do que os direitos conferidos aos cidadãos economistas, administradores, enfermeiros, fisioterapeutas, etc.  Por isso, não acho sábia a aprovação desta proposta de lei em um município que contando com o rodízio, tem trânsito e engarrafamento o dia todo. Teoricamente, 120 mil ou 40, ou até 30 mil carros a mais na cidade (segundo do texto abaixo) diariamente seria como assoprar o pavio de um barril de pólvora, na esperança de que ele exploda logo. Com a liberação dos advogados do cumprimento da lei, qual será o argumento para que o rodízio se imponha, haja visto que todas as classes profissionais possuem reuniões, compromissos e prazos? E o princípio da igualdade?  Deixar o carro em casa em uma cidade onde o caos no trânsito se impôs por omissão do Estado é um ato louvável e digno de uma classe (advogados) que luta por justiça, igualdade e por uma sociedade harmônica. Abraços,"

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