Imprecisões e incoerências

10/12/2008
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Foi isso que a defesa de Enivaldo Quadrado afirmou ser necessário ainda esclarecer, no caso de seu cliente: imprecisões e incoerências. Quadrado, como todos se recordam, foi aquele cidadão flagrado no aeroporto de Cumbica tentando passar com 361 mil euros escondidos em diversas partes do vestuário, nas meias, nos bolsos, na cintura e, como de hábito em seu partido, na cueca. Pego com a boca na botija, ou com os euros na cueca, o 'empresário' logo explicou que o dinheiro fora emprestado por um amigo português para comprar carros no Brasil. Faz sentido, sendo um amigo português, considerando não ser uma piada, já que, em Portugal, qualquer carro custa a metade do preço pelo qual é vendido no Brasil. Então, com361 mil euros, o cidadão poderia comprar, no Brasil, a metade dos carros que compraria, pelo mesmo valor, em Portugal. E, se pretendesse exportá-los para Portugal, seria um péssimo negócio, o que faz todo sentido. Essa, talvez, seja uma das incoerências que a defesa necessite examinar melhor. Quanto às imprecisões, é que não ficou claro quanto, de fato, havia de euros nas meias e nas cuecas, o que tem intrigado outros futuros transportadores, ávidos pela informação. Outros, ainda, que aguardam por essa notícia, que ainda estão por vir de Portugal, tendo em vista os insucessos com o transporte de dólares e euros nas cuecas, cogitam fazê-lo através de barras de ouro, para o que testes já estão em andamento, inclusive com cuecas de metal, dotadas de resistentes suspensórios. Parece que ainda não foi resolvida a questão da frieza do metal em contato com o órgão masculino por longo tempo. Quanto, finalmente, às explicações do Sr. Quadrado às autoridades policiais, cogita o mesmo substituir a sua defesa pela banca que atende a Cervejaria Skol, tendo em vista a necessidade que sente de que seu depoimento desça redondo."

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