Governo Lula

22/12/2008
Aderbal Bacchi Bergo - magistrado aposentado

"Os lulistas, em sua maioria, persistem em tratar-nos como se fôssemos débeis mentais. O bravateiro-mor, Lula, garante que juros caem no início de 2009 e que 'Meirelles é um homem inteligente e sabe fazer'. Ninguém duvida de que quem manda efetivamente é o Meirelles, ex-presidente do Bank of Boston a quem os vitoriosos nas eleições presidenciais em 2003 entregaram surpreendente, o leme da condução de nossa política macro-econômica. Mas, Lula quer transformar fracasso em sucesso, o que afronta nossas inteligências. A verdade é que a altíssima taxa básica de juro 'neste país' tornou-se insustentável, por mais que haja esmero na aplicação de má-fé na sua calibragem. É conseqüência de mazelas crônicas como por exemplo: custos altos de produção, carga tributária excessiva, despesas do governo, falta de poupança interna. Vamos ao que Lula tentou classificar como 'marolinhas' da crise mundial: retração do crédito, queda do consumo e das importações globais e a derrubada dos preços das commodities. Acrescente-se ainda a esses fatos a farsa praticada pela Petrobrás que nos impõe ainda preço da gasolina com base no petróleo a US$ 120 o barril mesmo diante da queda desta cotação que vem acontecendo já faz vários meses, hoje em torno de US$ 35. Assim procedendo, a empresa constitui-se em óbice para que a inflação tenha uma diminuição maior e conseqüentemente os juros caiam mais rapidamente. Risco de aumento da inflação é argumento usado para fixação de juros imorais. Contudo, esse governo é obrigado a curvar-se à queda da inflação medida pelo IPCA-15 e que não é consectário da alta taxa de juro básico, mas, sim, do aumento de oferta de mercadorias no mercado interno porque as exportações caíram e o consumidor percebe que a recessão é uma realidade mesmo que Lula diga o contrário, seu emprego está em risco e o volume de crédito foi reduzido. Esse governo ficou sem ter mais o que inventar para manter o juro nas alturas, é compelido pelas circunstâncias a reduzí-lo e mesmo assim quer faturar dividendos políticos com a mudança. Afinal, a quem interessa essa nossa taxa de juro absurda? Certamente não beneficia os legítimos interesses do povo brasileiro. Assento que a colocação dos fatos econômicos que fundamentam essa Migalha são uma síntese apertada do que preleciona o sempre Douto Celso Ming, publicação diária no Estadão. Saudações."

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