Oriundos da PUC

18/10/2004
Tamara Valdívia Abul Hiss

Recebi, via e-mail, juntamente com o abaixo assinado pela expulsão de alguns alunos da PUC (Migalhas 1.027 - Oriundos da PUC), um convite à análise das provas que instruíram o processo administrativo que decidiu pela não aplicação de tal pena. A maneira como a mesma história pode ser contada de diversas formas realmente surpreende. Ao ler as migalhas e a coluna de Elio Gaspari sobre o assunto, imaginei que a decisão do sr. Reitor da Pontifícia Universidade Católica era realmente descabida e favorecia a impunidade mas, ao examinar os autos do processo, pude perceber que a verdade dos autos não é exatamente a mesma que têm sido tão alardeada. Basta uma simples leitura para perceber o quanto as notícias e e-mails que venho recebendo são parciais e mostram somente uma visão dos fatos, omitindo diversas informações que colocam em dúvida, não somente a posição dos supostos agressores e agredidos, mas também a gravidade das lesões causadas àquele que se diz vítima de tão brutal espancamento. De acordo com os autos, tratou-se de uma situação obscura, de contexto duvidoso, já que a agressão teria ocorrido durante evento onde houve farta distribuição de cerveja, em que as lesões causadas (classificadas como um olho roxo e sangramento nasal) não foram graves a ponto de impedir que a vítima comparecesse normalmente às torcidas dos jogos ocorridos no dia seguinte ao evento. Diante de tais fatos, considero que insensata e injusta seria a aplicação de punição mais severa do que a já aplicada. Acredito que nós, operadores do direito, devemos nos policiar para que não nos deixemos levar pelo discurso emotivo (e invariavelmente parcial) de uma suposta vítima das relatadas agressões, deixando de lado todo um processo administrativo que tramitou segundo o Regimento da Universidade e no qual foram respeitadas as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa”.

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