Migalheiros 15/1/2009 Maria Luiza Bonini "Meu nome é poluição Uso da água potável Para lavar o chão A água não é descartável Não tentem me impedir, pois será em vão Uso a floresta virgem, a devastar Substituo por rentáveis árvores de eucalipto Transformo o solo em imensos pastos, após incendiar Ignoro discursos em tons apocalípticos Uso a energia elétrica Como melhor me provem Sou uma egocêntrica eclética Gasto o tanto de eletricidade que a mim convém Lanço os detritos nos rios Eles que tomem seu curso Não sinto, por fazer isso, feridos brios Foi tudo o que aprendi em meu percurso Aos animais infernais Prendo, mato ou ainda, vendo Tenho lucros fenomenais Parar pra que? não entendo . Trabalho muito, devastando Destruo o que não me interessa Não dou ouvidos aos que permanecem lamentando Para enriquecer, eu tenho pressa Fui batizada com um nome estranho Tenho dele orgulho, pois vivo da ambição É um nome desprezível , por tacanho Sou daninha, filha da Profanação Meu nome é Poluição.' 'Ao preservar a natureza o homem está preservando a própria vida.'" Envie sua Migalha