Migalheiros

2/2/2009
Maria Gilka Bastos da Cunha

"Na Revista da Folha, no domingo, dia 1 de fevereiro do presente ano, foi publicada uma matéria sobre Yan Pascal Totelier, e gostaria de fazer algumas considerações sobre sua escolha à frente da Orquestra. Um ex-presidente da República seria a pessoa mais indicada para demitir um maestro e escolher seu sucessor, só porque é presidente do conselho da OSESP? Para os que alegam que os dotes intelectuais de FHC, sempre enaltecidos e jamais negados até por seus inimigos políticos, o capacitem para tanto, para às artes, que inclui a música, dispensa-se tais atributos. (segundo Schoepenhauer... 'todas as artes aspiram à condição da música'.) Os estudos sobre as especificações do cérebro humano feitos pelo cientista Dr. Spery, prêmio Nobel, que inspirou a professora Betty Edwards a escrever o livro 'Desenhando com o lado Direito do Cérebro', atesta que a arte dispensa o conhecimento intelectual que está mais afeito ao lado esquerdo do cérebro. A meu ver, um Maestro que trabalhou tantos anos com uma orquestra, seria a pessoa mais capacitada para escolher seu sucessor, inclusive assessorando o novo Maestro, interando-o das atividades da orquestra, tornando o período de transição o mais sereno possível, sem prejudicar o bom desempenho da OSESP. Os comentários a cerca da intempestiva demissão do Maestro Neschling e suas críticas ao processo de escolha de seu sucessor, foram: 'Não se pode falar mal do patrão'. Diante do poder, nada posso fazer, mas como cidadã, que paga impostos altíssimos, discordo de FHC, que nem ao menos soube informar o salário que 'pagaremos' ao maestro escolhido por ele. Nenhum contrato público tem confidencialidade de ambas as partes, como declarou FHC. (Ilustrada de sábado dia 31/1/2009). Para o PSDB, democracia é apenas uma palavra, pois desconhecem seu significado. Ano passado, a SEC realizou o 12º Salão de arte Contemporânea e para eleger os membros do júri, foi realizado um pleito com voto assinado pelos artistas e apuração secreta e sigilosa. Bem ao estilo democrático e transparente. É inacreditável que a SEC com tantos projetos ousados e interessantes, que consomem altas somas de dinheiro público, não tenha um jovem maestro brasileiro para dirigir nossa Orquestra. É como admitir a incompetência dos dirigentes da Pasta da Cultura, e constatar que, ao menos em São Paulo, nosso governador não está merecendo aplausos como maestro."

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