Maranhão

"Senador Epitácio Cafeteira, será que ninguém nunca lhe disse que o dinheiro arrecadado dos cidadãos destina-se apenas ao custeio dos serviços, dos projetos e interesses púbicos? Que esse dinheiro não se presta para instituir privilégios domésticos em lares alheios? Veja bem Senador: declarou recentemente que 'deve favores' ao filho do seu colega Senador Sarney. Então, é justo e decente que pague suas dívidas, a referida inclusive, com seus próprios meios. Isso é, no mínimo, o mais óbvio ético: meter a mão no bolso para pagar as dívidas! Os votos que recebeu para que tivesse um posto no Senado da República, foram-lhe dados para que prestasse serviços de interesse dos cidadãos brasileiros. Simples, muito simples, não acha, Senador? E qualquer cidadão deste país não tem, nunca teve, decididamente, nenhuma intenção de custear suas dívidas, inclusive para manter, ao que parece pensionar, um funcionário que não frequenta o seu gabinete funcional (coisa que foi noticiado por uma suas funcionárias). E muito menos pensionar a mãe respectiva. Afinal os privilegiados são o filho e a ex-companheira de um empresário integrante da família Sarney, o que induz que o responsável seja por lá o que for tem condições e capacidade de sustentá-los regiamente. A dívida pessoal a que se referiu, Senador, é pois um problema seu e por isso deve, ou melhor, tem a obrigação de assumi-la. De outro lado, sabe que o dinheiro público arrecadado dos cidadãos, a forma de como é gasto deve ser explicada aos cidadãos sim e os jornalistas são, sem dúvida alguma, os intermediários para a cobrança pública dos esclarecimentos devidos. Senador, como muitos outros neste país, está confundindo as coisas; em especial misturando o dinheiro público com o seu particular. Tenha consciência de que dívidas pessoais são pagas com o dinheiro do próprio bolso. E que neste país, democraticamente ético, ninguém compactua com a instituição de privilégios e regalias, como é o caso do que estão a desfrutar o filho e a ex-companheira do seu amigo."