Atos secretos

2/7/2009
Pedro Luís de Campos Vergueiro

"Francamente, Ministro Jobim. Dizer que a putrefação do Senado Federal não pode ser atribuída a uma única pessoa, com o que pretende desonerar a responsabilidade do José Sarney, é muito para a cabeça de qualquer um. Não obstante, sua declaração reconhece e deixa patente que outra não é a situação do Senado, senão a de que se lá tudo deteriorou e que isso ocorreu porque, cada um a sua maneira, participou da farra. Ou seja, se não participou, permitiu que o colega às ocultas farreasse. E outro não foi o comportamento do José Sarney, pois, conforme vem sendo noticiado, admitiu que membros de sua clã tirassem vantangens de seu histórico político e de sua vida pública. São filhos, netos, parentes, parentes de parentes que estão, no mínimo, usando seu nome e sua posição na política para assegurar facilidades monetárias. A crise é da instituição, é fato. Mas, são seus membros que atuaram para que isso ocorresse. E um ds expoentes patrocinadores da deterioração foi o seu membro José Sarney que, embora maranhense, ainda não consegue explicar porque tem cargo em nome dos cidadãos do Amapá. Tudo se pode tributar ao José Sarney, sim, já que ele tem um histórico de vida pública de mais de 30 ou 40 anos, e se realmente tivesse vontade de preservar sua reputação pessoal, e a da insituição, teria tido conduta diversa e gerido melhor sua postura, não deixando que seus parentes e parentes de parentes instaurassem essa crise particular, cuja descoberta maculou a instituição cuja honra dizia defender. Os fatos que vieram a lume, Dr. Nelson Jobim, são indesculpáveis e não é da instituição, mas, sim, dos indivíduos que a compõe e que, como o José Sarney, não procuraram diferenciar o que é privado do que é público."

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