Migalheiros

14/7/2009
Luiz Domingos de Luna

"Politização já! A juventude Brasileira vive num vácuo muito forte, talvez o marasmo juvenil, seja conseqüência da falta de bandeiras, de causas, de uma diretriz, um norte, uma rota, um caminho a ser seguido, pois, é comum os jovens dissolvidos numa rotina escaldante da repetição dura e plástica, voltado apenas para o caminhar de seu próprio universo, de suas atividades básicas; amorfas, geladas, enquanto o horizonte social e político a esperar a atuação da juventude no alicerce para a formação de novas lideranças, novos movimentos, novas aglutinações, - mas não, tudo para. Uma parada inoportuna, cruel e totalmente lesiva para a confecção de um novo olhar social e por extensão uma visão globalizada sobre os interesses do Brasil e da América latina como um todo. Por que a juventude brasileira está tão dispersa ? Não existe ponto de coesão no pensamento juvenil? Esta falta de interesse com o bem estar social, político, econômico (…) é sinal de descaso? De decepção com o quadro existencial, ou simplesmente é falta de iniciativa, de pulsar, de garra para com o futuro que, sem dúvidas para nós, otimistas, sempre foi e será promissor. É triste saber que essa massa viva que brota no seio da sociedade não esteja preocupada com a qualificação do espaço social em todas as suas arestas, pois os movimentos parcos, quando acontecem, são sempre eventos efêmeros, sem raízes, sem a determinação do engajamento político na consolidação de uma força de coesão afirmativa. Quando o quadro político se renova, de prontidão, a juventude a disseminar pechas sociais, raposas velhas, os mesmos de sempre e por ai vai… Ora, como mudar a situação se não existe uma consciência do jovem de que a preparação de novos talentos, seja: artísticos, culturais, políticos e sociais são fermentados dentro do próprio espaço social. O Por vir juvenil não pode e nem deve ser coisificado, pois a sociedade fica sempre na busca do elo de continuidade existencial, na falta, o ciclo vicioso se repete, mas vale ressaltar que a repetição se dá devido ao vácuo existente. Dentro deste contexto é mister afirmar que sem uma politização forte, coesa, atuante, diversificada e determinada por parte dos jovens, nós estamos sempre condenados a viver com os dogmas, as falhas, e todo entulho de uma geração que nasceu com o vício de um passado obsoleto, em conservar um padrão ético que não existe mais, mentes velhas com técnicas novas, ou técnicas novas com costumes ultrapassados. A sociedade sempre engessada nesta camisa de força de valores cultivados em um mundo que não existe mais. Chega de sonhar com o mundo projetado pelos nossos pais, nossos avós, nossos (…) precisamos construir já, um novo mundo, um mundo em que o jovem seja de fato e de direto o agente de transformação da sociedade no cumprimento das necessidades tão urgentes de que o país necessita e aguarda as propostas renovadoras e atualizadas de um Brasil que precisa dar continuidade ao processo desenvolvimentista atual. Acorda juventude, pois o tempo passa, a vida passa e não dá para viver eternamente em busca de culpados para problemas que nós mesmos contribuímos para a sua existência e nada fizemos para eliminar as suas causas."

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