Atos secretos

16/7/2009
Adriana Rocholi - Rocholi Advocacia

"Brilhante o sucinto esclarecimento prestado pelo Ministro Saulo Ramos, com relação às informações lançadas erroneamente pelo periódico 'O Estado de São Paulo', com referência à uma suposta consultoria sua, prestada ao Senador Sarney. Assevera-se que não só judicialmente, mas também administrativamente, o cidadão brasileiro vem sendo, cada vez mais, obrigado a produzir provas negativas. Se Sarney tem que provar sua inocência, diante dos repetidos escândalos vinculados ao seu nome, que ultrapassam a praça dos Três Poderes, também o Ministro Saulo teria de o fazer junto ao Jornal, para tentar, apenas tentar, modificar o teor da notícia ali veiculada. Preferiu não o fazer, por saber que tal ato não garantirá o necessário esclarecimento aos leitores do jornal. Na justiça, se o réu produz prova negativa robusta, é de se esperar que a contedenação, que sobre ele recai, seja afastada. Nesse caso, poderá ele, inclusive, ajuizar ação de indenização por danos morais contra seu inconsequente acusador. Contudo, com a imprensa a história não é assim. A pouco tempo escrevi ao Migalhas informando que a veiculação de determinada nota sobre o falecido deputado Clodovil Hernandes não guardava relação com sua atuação como parlamentar. De vocês recebi uma pequena mensagem de desculpas e informando que a nota havia sido retirada de outro periódico, contudo, nenhum esclarecimento foi feito por vocês nas edições seguintes. Certo é que modificar a opinião formada por milhões de leitores, em todo o país, é humanamente impossível. Ainda que a mea culpa seja publicada com a mesma ênfase dada à nota inicial, não serão exatamente os mesmos leitores que irão apreciá-la, quando de sua publicação. E mais, aqueles que não leram a primeira, sequer irão entender a segunda. Vale ressaltar que essa regra, a qual não encontra nenhuma exceção, é aplicável à toda imprensa escrita, falada e televisada, em qualquer lugar do mundo. Dizemos, aqui no interior, que a imprensa é a fofoca institucionalizada, e quem não quiser cair na boca do povo que limite seus atos, suas falas, seus passos. Ainda assim não garantimos nada. Contudo, caso seja necessário, favor consultar no catálogo do Migalhas os escritórios e correspondente cadastrados, os quais, com certeza, fornecerão nomes de profissionais aptos a defenderem sua causa!"

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