"Ao lermos as sinceras homenagens à Professora e dra. Esther de Figueiredo Ferraz, lembramo-nos do poema que dedicamos a ela, quando magoada retirou-se da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, à sua despedida:
Oração
Poema pronunciado em 1972, pelo autor, representando o Ensino Secundário do Estado de São Paulo, como orador, na despedida da Secretária da Educação, dra. Esther de Figueiredo Ferraz.
Ontem, as terras bravias,
o horizonte altaneiro,
os tortuosos rios,
junto ao hostil do gentio,
os primeiros brasilíndios...
Ontem, Anchieta, o primórdio,
a desbravar cruas matas,
Cruz e Livro como exórdio,
trazendo as ignotas paragens,
virgens de Piratininga,
às mais longínquas serras,
como às ocultas restingas,
Luz, ensinamento e letras,
O Misticismo e as Ciências...
Ontem, os primeiros marcos,
Sob a égide do Cruzeiro,
através de ínvios caminhos
a derramar as sementes,
pelos áridos terrenos,
a semear entre pedras,
e a colher entre espinhos...
Mas o ontem é sempre hoje, e hoje será o amanhã, na missão do Educador!
Eis porque, dra. Esther, muitos espinhos magoaram na vossa árdua missão...
Porque sois Educadora
se semeastes os frutos,
sabeis: não importam espinhos!
Até aos vos retirardes e, em sendo Educadora, dai-nos uma grande lição
De amor e abnegação...
E nós, respeitosamente, porém mais que isto, orgulhosos, por convivermos convosco, curvamo-nos a vossa passagem, Símbolo de Mulher Bandeirante.
Sentimos neste instante
Pulsar, num grande amor,
O extravasar da emoção,
Num só grande coração."