Política

14/8/2009
Olavo Príncipe Credidio – OAB 56.299/SP

"Sr. diretor de Migalhas, muitas vezes pergunto-me o porquê de ser tão descrente de notícias apregoadas pelos jornais, denunciando uns e outros e sei o porquê: pela experiência! Certa vez, uma senhora, minha vizinha, hoje infelizmente falecida, que eu tinha em alto conceito e pouquíssima convivência, praticamente nenhuma, procurou-me e perguntou-me o porquê de eu ter falado mal dela para uma outra senhora, tia de um amigo meu, com quem nunca eu tivera a troca nem sequer uma palavra. Depois soube que ambas trabalhavam juntas em uma firma, e essa teria sido a razão: interesse de prejudicá-la junto ao patrão. Outra vez, já namorando com aquela que hoje é minha mulher há 57 anos, fui procurado por uma antiga namorada, interrogando-me pelo fato de um indivíduo, com o qual eu nunca falara, nem conhecia a não ser de vista, só sabia que era investigador de polícia, dissera a ela que eu dissera horrores dela. Eu nunca nem sequer a havia beijado, fora um namoro efêmero, de alguns dias. Desmenti o tal indivíduo; mas não sei se ela acreditou. Sei que não se casou com ele. Já como advogado, fui contratado por um marginal para defendê-lo. Ele havia sido preso quando roubara um automóvel, junto com outros meliantes e fora passear na Av. Paulista, deixando a vítima na marginal do Rio Pinheiros. A vítima era policial e médico. Ao tentar entrevistá-lo na delegacia, eis que havia sido contratado pelo pai dele, fui, e à porta da Delegacia da Consolação, fui contactado, ao entrar, por alguém que se disse investigador e encarregado de impedir quem fosse falar com o Delegado, muito ocupado; mas que podia adiantar, que ou eu dava ao Delegado, através dele R$70.000,00; ou o Delegado iria pôr outras 'broncas' no meu cliente. Disse-lhe que não daria nada e que iria falar com o Delegado, de qualquer forma. Lá chegando, à sala dele, soube que o Delegado não estava lá há dias, haja vista que sua mulher morrera. Doutra vez fui contratado para verificar o que acontecera com outro indivíduo, pela mãe dele. Fui à Delegacia e fui recebido por dois investigadores que tentaram me impedir que eu falasse com o Delegado. Disseram-me que o indivíduo estava lá detido porque tapeara a sobrinha de um Delegado, que não era de lá (diga-se de passagem). Disse-lhe que a prisão era irregular e pior, o detido era enteado de um Desembargador (que era mesmo) e que o caso iria se complicar. Foi aí que chamaram o Delegado, tentando explicar-lhe porque prenderam-no. O Delegado ficou fulo de raiva e mandou soltar o preso imediatamente, que fora preso à sua revelia. Agora leio que a Ex-Diretora disse que a Ministra Dilma dissera etc. e que a oposição convocara-a. Pergunto-me: Pode-se acreditar, mesmo porque Dilma já a desmentiu? Não é pura perda de tempo? Diz que disse não leva a nada; mas eles estão ganhando demais para fazê-lo. É a justificativa? Atenciosamente,"

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