Porvinha

17/1/2005
Luiz Fernando Augusto – advogado

"A propósito da "polêmica" em curso no Migalhas, acerca da atuação do MST, penso que devemos ponderar críticas e elogios. Ao Dr. Thiollier parece reprovável o uso de foices no ambiente urbano, por traduzir ato de força; mas será força diferente daquela produzida pelos maganos, a que sempre se refere Elio Gaspari, com suas canetas, talões de cheques e malas pretas? Por igual, as invasões de terras particulares praticadas por integrantes do MST são realmente diferentes da ocupação de ruas e calçadas públicas por comerciantes em geral, em particular de automóveis, de donos de bares e restaurantes, que demarcam como particular o espaço público? Que ali instalam mostruários, mesas, veículos? Que muitas vezes obrigam pedestres a transitar pela rua, ainda que sejam idosos, transportem objetos, conduzam crianças de colo ou em carrinhos? Por acaso o Dr. Thiollier já enfrentou um desses grileiros urbanos, que usam agora o nome chique de "valets"? Ou ele simples e comodamente entrega seu veículo a um desses engravatados "guardadores"? Vejamos bem, a conduta ilegítima está em ambas as pontas. Tanto agem contra a lei os "valets" que privatizaram o espaço público quanto os "guardadores de carro" mostrados ainda há dois dias pela TV. Tanto são grileiros os que invadem as propriedades privadas quanto os que se apossam de espaços públicos para exercício de seu comércio, à revelia das posturas. Tanto usurpam os que usam da força ou da ameaça físicas quanto os que compram decisões e sentenças, quando não magistrados e parlamentares. Atenciosamente,"

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