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Mostra - Boa Noite, Paulicéia!

segunda-feira, 6 de março de 2006

Atualizado em 7 de março de 2006 12:26


Mostra


Boa Noite, Paulicéia!

  • Data: 18/3
  • Horário: 11h às 14h
  • Local: Pinacoteca do Estado, Praça da Luz, 2, SP

Em cartaz até 14 de maio

  • Curadoria de Diógenes Moura

Boa Noite, Paulicéia!, série inédita de Eduardo Muylaert, ilustre fotógrafo e advogado do escritório Muylaert, Livingston e Kok Advogados, reúne cerca de 70 imagens (preto e branco) realizadas em apenas uma noite (e madrugada) de 2003, num percurso documental e poético pelas ruas de São Paulo. Com a série, Muylaert dá seqüência ao seu trabalho de percorrer cidades (Salvador, Nova Iorque, Veneza, Paris, Milão) revelando-as a partir de um olhar quase intocável, onde cada um desses lugares provoca muito mais uma descoberta do que propriamente a fotografia quer revelar. Trata-se de um processo silencioso, com recortes inesperados, com ruas outras que não as que conhecemos, com janelas que se apresentam, muitas vezes, como um fragmento recortado no tempo, dividindo o olhar para indicar uma vida do lado de fora, a que passamos e conhecemos, e outra, incógnita, no seu interior. Assim, se estabelece uma troca de segredos.


Em alguns momentos Boa Noite, Paulicéia! alcança a abstração para, logo em seguida, apresentar elementos gráficos que ultrapassam a linha do tempo, fazendo surgir cidades imaginárias, "aquilo que em princípio não se dá a ver, aquilo que se entrevê: os ângulos secretos", como escreveu o crítico Agnaldo Farias no livro O Espírito dos Lugares (Ed. Terceiro Nome). É toda essa questão memorial de uma cidade, nesse caso São Paulo, que a exposição pretende estabelecer. É sobretudo nesse aspecto que o curador Diógenes Moura vem trabalhando: revelar uma cidade que não se revela; mostrar imagens de uma espécie de segredo, hora desabitado, hora numa movimentação que, mesmo intensa, amplia toda a sutileza que o "esquema psicológico" da fotografia de Muylaert se propõe: mostrar como se ilumina uma noite, sua textura dramática, sua alma sussurrada aos poucos.



A mostra inclui uma vídeo-instalação, uma vídeo-interpretação feita por Fernando Muylaert e tem textos de Arnaldo Antunes, Régis Bonvicino, Paulo Bomfim, José de Souza Martins e do curador Diógenes Moura, dos quais citamos pequenos trechos abaixo:


"como pode um piscar de dia

fragma

na noite

condensar assim

a vida?"


Arnaldo Antunes



"Da Paulicea de Mário vejo apenas, neste conjunto, a sílaba CEA, que lembra céu, um céu no feminino, grávido de luz, invenção e urgência, internacional, céu de Bagdá bombardeada ou de uma periferia desaparecida de New Orleans."


Régis Bonvicino


"É na quietude noturna da cidade que nossa alma coletiva se expõe. São poucos os que, como ele, podem vê-la na intimidade do escuro e conversar com ela na linguagem dos avessos."


José de Souza Martins


"Planalto dos desencontros, porto dos aflitos, rosa de eventos onde até o futuro tem pressa de chegar.

Mal-amada cidade de São Paulo, EU TE AMO!"


Paulo Bomfim, Minha Insólita Metrópole


"As fotografias que aqui estão falam dessas 'coisas lindas, singulares'. Muito sutilmente embutidas. Nada pragmático. A fragrância de uma noite apenas. Afortunada pela entrada da luz em momentos de surpresa, hermética, como a cidade costuma brincar."


Diógenes Moura, Curador de Fotografia


"O fotógrafo se confunde com esse caos.

A cidade, como a vida, é feita de retalhos.

É preciso colher o grão. Virá-lo no avesso.

Na sombra pode haver revelação."


Eduardo Muylaert

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INFORMAÇÕES


TELEFONE


(11) 3229-9844

(Pinacoteca do Estado)