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Resultado do sorteio da obra "Psicologia Realmente Aplicada ao Direito"

Confira quem é a ganhadora da obra "Psicologia Realmente Aplicada ao Direito" (LTr - 94p.), de Lila Spadoni.

Da Redação

terça-feira, 2 de março de 2010

Atualizado em 23 de fevereiro de 2010 10:28


Sorteio de obra

A autora Lila Spadoni, no livro "Psicologia Realmente Aplicada ao Direito" (LTr - 94p.), apresenta a psicologia social da Justiça, originalmente norte-americana, analisando-a de uma perspectiva da psicologia social francesa, sobretudo a partir das recentes teorias que giram em torno da abordagem teórica das representações sociais.

Já faz algum tempo que existem diferentes tentativas de articular esses dois campos do conhecimento. As tentativas mais numerosas e conhecidas provêm da psicologia clínica, sobretudo da prática de laudos que auxiliam os processos de decisões dos juízes, tais como guarda da criança, abusos e violência familiar, casos de drogadição ou de comportamentos considerados estranhos e muitos outros. Atualmente podemos considerar que a psicologia tem servido como uma ferramenta de facilitação do trabalho do poder judiciário.

Mas ainda resta desconhecido e inexplorado um enorme campo de conhecimento que abrange, em conjunto, essas duas áreas. Como professora de Psicologia aplicada ao Direito, pude perceber a necessidade de explicações de cunho psicológico para várias questões levantadas a partir da prática cotidiana do Direito. Percebi também que essas questões têm as concepções de justiça como uma espécie de fundamentação em comum. São questões como: a pobreza pode levar alguém a se tornar um delinquente? Por que as pessoas se demonstram sempre insatisfeitas com as decisões judiciais? Qual a finalidade das várias formas de punição penal? Cada pessoa tem uma compreensão do que é justo e do que é injusto? Ou existem concepções gerais daquilo que é justo ou injusto? Por que muitas leis nunca saem do papel? Por que é tão difícil fazer as pessoas cumprirem uma nova lei? Por que as leis têm que ser mudadas de tempos em tempos? Como lidar com as atitudes, opiniões, comportamentos e condutas das pessoas em relação à justiça?

Neste livro tenta-se responder a estas perguntas através das teorias da psicologia social sobre as concepções da justiça. Isto significa que a autora explorara as explicações psicológicas a respeito do pensamento e do comportamento das pessoas, quando estes envolvem a compreensão e o julgamento do que se considera socialmente justo.

No primeiro capítulo, a escritora apresenta as contribuições da psicologia americana que vão desembocar nas investigações sobre as concepções de justiça.

No segundo capítulo, apresenta-se as contribuições de um campo específico de pesquisas conhecido como "psicologia social da justiça" Este campo possui uma história própria e introduz questões de suma importância para a psicologia e para o direito. Esta história começa com o fim da II Guerra Mundial, com investigações científicas a respeito da justiça na distribuição de riquezas nos Estados Unidos da América.

No terceiro capítulo, é abordada ainda uma teoria americana conhecida como crença no mundo justo. Essa teoria tem sido un campo de investigação muito explorado em vários países do mundo. Ela esclarece a reação das pessoas frente às injustiças, bem como a interpretação que as pessoas fazem dos acontecimentos fortuitos ou infelizes da vida. Utiliza-se essa teoria como exemplo para introduzir os níveis de análise que a psicologia pode usar para explicar um fenômeno. Isto porque estes níveis de análise vão ajudar na compreensão dos aspectos das concepções de justiça que são universais e também daqueles aspectos que são regionais. Este capítulo traz uma consideração importante sobre a tendência que as pessoas têm de desvalorizar, ou mesmo de culpar, as vítimas de acontecimentos injustos.

No quarto capítulo, apresenta-se uma abordagem da psicologia social francesa sobre os processos psicossociais que interferem na dinâmica da promulgação e cumprimento das leis. Sobretudo, discute-se por que muitas leis enfrentam uma grande resistência da população, principalmente aquelas que pretendem modificar comportamentos já estabelecidos socialmente.

No quinto capítulo, é discutida a organização de alguns dos principais conceitos da psicologia social tais como as atitudes, opiniões, crenças, valores, normas, representações sociais e tematas. Esses conceitos vão mostrar como o pensamento social gera processos de definição daquilo que é considerado justo ou injusto. Como esses processos são dinâmicos, a sociedade está sempre modificando suas concepções de justiça a respeito de situações cotidianas específicas. Consequentemente, as leis são modificadas a fim de atender as mudanças sociais.

Para finalizar, no sexto capítulo a autora expõe a organização das concepções de justiça a partir de duas oposições temáticas. De um lado, a justiça e a injustiça, que dá significado às avaliações que as pessoas fazem das situações vividas e das condutas humanas. Mas, por outro lado, demonstra-se que isso se faz de maneira conjunta com a noção de igualdade e desigualdade. Essas quatro noções organizam as concepções de justiça do homem do século 21.

Sobre a autora :

Lila Spadoni é professora de Psicologia Aplicada ao Direito, na Faculdade de Direito do Centro Universitário UniEvangélica em Anápolis/GO. Mestre em Psicologia pela Universidade Católica de Goiás. Doutoranda em Psicologia na Université Sorbonne. Membro do laboratório de processos psicossociais da Universidade Católica de Goiás e do Laboratorie de Psychologie Environementale.

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 Ganhadora :

Marisa J. Salvador, advogada de Monte Alto/SP

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