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Promotor acusado de matar jovem será exonerado do MP

Da Redação

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Atualizado às 10:13


Promotor acusado de matar jovem será exonerado do MP

O Órgão Especial do Colégio de Procuradores de São Paulo indeferiu nesta quarta-feira, por 18 votos a 17, o recurso movido pelo promotor Thales Ferri Schoedl contra a decisão do Conselho Superior do Ministério Público que defendia seu não-vitaliciamento. Não cabem mais recursos administrativos.

Esta decisão determina, na prática, que Schoedl será exonerado do cargo logo depois da publicação da ata da votação, no "Diário Oficial" do Estado.

Ele também perde, portanto, o foro privilegiado. Será julgado pelo Tribunal do Júri de Bertioga, e não pelo TJ do Estado, pela acusação de ter matado um jovem e baleado outro, na Riviera de São Lourenço (litoral de São Paulo), no final de 2004.

De acordo com o procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, "a instituição entendeu que ele não tem condições de continuar atuando como promotor de Justiça". Ressaltou, porém, que os motivos para isso "antecedem os disparos". Os motivos apontados por Pinho não foram divulgados, pois o caso segue sob sigilo.

A vitaliciedade é concedida a partir do segundo ano no cargo. Quando o crime ocorreu, Schoedl exercia a função de promotor de Justiça substituto, em Iguape (litoral de São Paulo), havia apenas um ano e três meses. Estava, portanto, em seu período probatório, que terminaria no dia 12 de setembro. Depois disso, ele não poderia mais ser exonerado.

O advogado de Schoedl afirmou, segundo Pinho, que pretende recorrer da exoneração no Judiciário. O procurador-geral diz "não acreditar" que a decisão será revertida.

Crime

O crime ocorreu na saída de um luau. As vítimas faziam parte de um grupo que teria mexido com a namorada de Schoedl. Ele foi preso horas depois do crime e alegou legítima defesa.

O acusado disse que foi cercado após uma discussão e que disparou contra o chão, para dispersar os rapazes, que teriam imaginado que as balas eram de festim. Acuado, então, ele atirou na direção dos jovens.

Entretanto, ao contrário da versão apresentada por Schoedl, testemunhas ouvidas pela polícia disseram que, após passar pelo grupo de jovens, o promotor iniciou uma discussão, por achar que eles olharam para sua namorada. Em seguida, teria sacado a arma, atirado no chão e depois na direção dos garotos.

Diego Mendes, 20, que era jogador de basquete, morreu. Felipe Siqueira Cunha de Souza, 20, foi internado em estado grave.

No dia 16 de fevereiro, os desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça concederam liberdade provisória ao promotor.
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