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Italianos dizem que caso Battisti não afetará relação com Brasil

O vice-presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Maurizio Lupi, garantiu que o asilo político concedido pelo governo brasileiro a Cesare Battisti não comprometerá a relação entre os dois países. Ele esteve reunido com representantes do grupo parlamentar Brasil-Itália nesta terça-feira.

Da Redação

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Atualizado às 14:25


Caso Battisti

Italianos dizem que caso Battisti não afetará relação com Brasil

O vice-presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Maurizio Lupi, garantiu que o asilo político concedido pelo governo brasileiro a Cesare Battisti não comprometerá a relação entre os dois países. Ele esteve reunido com representantes do grupo parlamentar Brasil-Itália nesta terça-feira.

O objetivo da visita, segundo o deputado italiano, não é reascender a polêmica em torno do caso, mas reforçar os laços de amizade entre os dois países. Maurizio Lupi elogiou a decisão do governo brasileiro de não contestar a possível extradição do ex-ativista Cesare Battisti, que está sendo analisada pelo STF.

Caberá ao STF analisar se Battisti será extraditado ou se continuará com status de refugiado político. Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas.

O embaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise, que também participou da reunião, lembrou aos parlamentares que a condenação de Battisti pela justiça italiana foi confirmada pelo Judiciário francês e pela Corte Europeia de Direitos Humanos.

Decisão da justiça

O presidente do grupo parlamentar Brasil-Itália, deputado Ricardo Barros - PP/PR, afirmou que o grupo não vai se manifestar oficialmente sobre o caso porque a decisão não depende mais do Congresso. "O vice-presidente da Câmara da Itália deixou claro que entende que é justo o caminho tomado, o caminho da justiça brasileira, do STF, que decidirá sobre a matéria e o que for a interpretação do Supremo, os italianos acatarão de forma absolutamente pacífica".

Alguns parlamentares do grupo Brasil-Itália criticaram a decisão do governo brasileiro. O vice-presidente do grupo, deputado Antônio Carlos Pannunzio - PSDB/SP, espera que o STF corrija o que considera um erro governo brasileiro. "Eu entendo que o governo brasileiro, mais particularmente o ministro da Justiça [Tarso Genro], equivocou-se totalmente ao dar um tratamento ideológico a um assunto de natureza jurídica, ou seja, a Itália tem um cidadão seu, criminoso foragido, tentando se refugiar no Brasil".

Já o deputado Carlos Zarattini, do PT de São Paulo, afirmou que a decisão do governo brasileiro se baseou na lei de anistia dos crimes políticos. "A lei de anistia foi importantíssima para pacificar o Brasil. Ela foi capaz de fazer com que a democracia vigorasse no país, com que a gente tivesse liberdade política, partidária, sindical". O parlamentar ainda fez um apelo para que o episódio não prejudique as relações econômicas entre os dois países.

Relações econômicas

O deputado Zonta - PP/SC fez um apelo, durante a reunião, para sejam retomadas as negociações para a exportação de carne de Santa Catarina para a Itália, suspensas depois da decisão do governo de conceder o asilo a Battisti. O governo italiano cancelou uma missão oficial, que viria ao Brasil no início deste mês, concluir negociações que já duram dois anos. "Nossa justiça deve convalidar o que decidiu a justiça italiana nesse caso para evitar prejuízos nas relações comerciais entre os dois países", disse Zonta.

Na próxima quinta, dia 19 e na sexta-feira, 20, o deputado Paulo Bornhausen - DEM/SC estará em Roma para informar que uma parte do Parlamento brasileiro e de organizações civis não concordam com o asilo político para Battisti.

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