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Familiar processa a União por pilhagem dos pertences de vítimas do vôo 1907

A viúva Rosane Gutjarh, esposa de uma das vítimas do acidente com o vôo 1907, ocorrido em 29 de setembro de 2006, propôs ação indenizatória por danos morais e materiais contra a UNIÃO e DF, pela responsabilidade sobre a pilhagem dos bens das vítimas do acidente.

Da Redação

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Atualizado às 08:26


Acidente aéreo


Familiar processa a União por pilhagem dos pertences de vítimas do vôo 1907

A viúva Rosane Gutjarh, esposa de uma das vítimas do acidente com o vôo 1907, ocorrido em 29 de setembro de 2006, propôs ação indenizatória por danos morais e materiais contra a UNIÃO e DF, pela responsabilidade sobre a pilhagem dos bens das vítimas do acidente.

Depois do acidente, a viúva recebeu um laudo do IML do DF (nº27603/06), destacando que foram encontrados junto com o corpo da vitima Rolf Ferdinando Gutjarh, uma pulseira dourada, um óculos de aro fino e retangular,um relógio e um celular, o qual facilitou a identificação da vítima, pois o mesmo pertencia à viúva e, naquele dia, estava sendo utilizado pela mesma. Segundo a declaração do médico responsável, os pertences das vítimas seriam encaminhados ao Promotor de Justiça, Dr. Diaulas Costa Ribeiro, em Brasília.

Pela promotoria, foram encaminhados à casa da viúva um laudo e alguns pertences. No laudo estava destacado que a viúva receberia alguns itens encontrados, dos quais recebeu menos da metade. "O que me move não é o valor desses itens, mas o sentimento de que fomos enganados, pois alguns dos pertences que o IML relacionou ter encontrado junto ao corpo, que foram enviados para Brasília, não chegaram até nós", diz Rosane. "Essa ação não é só pela perda de objetos, mas pelo sentimento de revolta e indignação ante a pilhagem dos corpos e o descaso das autoridades em relação aos bens das vítimas, como se eles não tivessem qualquer significado para seus familiares", diz a viúva.

O advogado que representa a viúva, Dante D'Aquino, destaca que o Ministério Público Federal lavrou uma certidão enumerando vários objetos que foram destinados à familiar e que não chegaram em sua totalidade, além de descreverem objetos que, sequer eram da vítima. "Com essa ação, a viúva, antes de tudo, quer manifestar sua extrema indignação e procurar a tutela do Poder Judiciário, para que, nos termos constitucionais, a responsabilidade das autoridades seja apuradas", explica D'Aquino.

A ação foi proposta na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Paraná, Subseção de Curitiba.

Sobre a pilhagem dos corpos

Em agosto de 2007, os familiares das vítimas do acidente com o voo 1907, por meio da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do voo 1907, fizeram uma denúncia a imprensa sobre a pilhagem dos corpos das vítimas.

A notícia gerou comoção pública,visto que um celular de uma das vítimas foi encontrado no Rio de Janeiro, antes mesmo do corpo da vítima ser resgatado e identificado. Na ocasião, o viúvo declarou que, sete dias depois do acidente, recebeu uma ligação do Rio de Janeiro, onde a pessoa portava o seu celular e o chamava por um apelido que só sua esposa o chamava. A pessoa disse ter recebido, para consertar aquele celular e que o mesmo comentou pertencer a uma das vítimas do acidente. O celular, hoje, está em posse da família que o guarda em um cofre, para a comprovação dos dados.

Outro caso denunciado, foi a compra de um automóvel 0km, feito em nome de uma das vítimas. Em outro caso, a família teve que arcar por compras feitas em uma loja de varejo com documentos de uma das vítimas.

Esses e outros casos foram divulgados amplamente pela mídia. Na ocasião, foi aberta uma sessão na CPI do Senado, onde foram chamadas algumas autoridades, os representantes da empresa GOL Linhas Aéreas e os familiares para deporem na CPI. Nesta data, o Ministério Público e a Polícia Federal, além dos parlamentares, se comprometeram com os familiares a investigar o caso e trazer respostas aos familiares. "Desde então, nada mais se falou sobre o caso. Não vimos nenhuma investigação, não tivemos nenhuma resposta das autoridades", lembra Rosane. "Por isso, novamente,teremos que pedir à Justiça, pelos meios legais, que os responsáveis sejam penalizados e que tenhamos respostas sobre a pilhagem dos corpos", declara a viúva.



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