PÍLULAS

  1. Home >
  2. Desagravo

Desagravo

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Atualizado às 09:34

A notícia provinda dos Alpes, de que há irregularidade na remessa de documentos das movimentações financeiras da Odebrecht, corrobora a opinião dos advogados naquela tão comentada visita ao ministro da Justiça ocorrida há um ano (clique aqui). Corrobora e valida o ato dos advogados que, na ocasião, ao irem ao MJ para informar as irregularidades no trâmite burocrático, acabaram sendo injustamente criticados de tentar turbar as investigações. Havia, como se vê agora, gato na tuba. Por isso, é bem o momento de fazer um desagravo migalheiro ao ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, e aos advogados Pedro Estevam Serrano, Maurício Roberto Ferro e Dora Cavalcanti.


Pedro Estevam Serrano, Maurício Roberto Ferro e Dora Cavalcanti

A visita dos advogados a Cardozo foi amplamente repercutida à época. O pontapé foi dado pela revista Veja, a qual noticiou que Cardozo teve ao menos três encontros no mês de fevereiro de 2015 com advogados de empresas como a UTC e a Camargo Corrêa. Na época, a repercussão motivou o ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa a pedir que a presidente Dilma demitisse o ministro da Justiça.

Na ocasião, em entrevista a Folha de S.Paulo, José Eduardo Cardozo afirmou que só teve uma audiência para tratar de questões relativas à operação Lava Jato, tendo esta sido solicitada por advogados da Odebrecht. Ainda na entrevista, Cardozo disse, referindo-se indiretamente a JB, que "o fato de estar impedido de divulgar todas as representações faz com que pessoas maldosas especulem sobre o conteúdo dessa reunião" e completou afirmando que na democracia o advogado tem direito de ser recebido: "Que país seria esse em que o ministro da Justiça se recusasse a receber advogados? Há juízes que não recebem. Desrespeitam a lei."