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Resultado do sorteio da obra "As Melhores Primeiras Páginas dos Jornais Brasileiros"

Veja quem faturou a obra "As Melhores Primeiras Páginas dos Jornais Brasileiros" (ANJ - 271p.), organizada por Judith Brito e Ricardo Pedreira.

Da Redação

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Atualizado em 19 de outubro de 2010 13:24


Sorteio de obra

A primeira página de um jornal é um olhar diário na realidade que nos cerca. Com o objetivo de mostrar como os jornais brasileiros vêm testemunhando ao longo de sua história, a ANJ reúne no livro "As Melhores Primeiras Páginas dos Jornais Brasileiros" (ANJ - 271p.), organizado por Judith Brito, presidente da ANJ, e Ricardo Pedreira, mais de 100 páginas de seus jornais associados.

Cada jornal escolheu aquela que considerou a melhor de todas as suas primeiras páginas, usando como critérios a qualidade do projeto gráfico, importância histórica dos fatos noticiados, relevância jornalística para a cidade onde é editado.

"Desde seus primeiros passos, a democracia moderna teve os jornais como coadjuvantes de peso, na medida em que permitem a livre circulação de notícias e de diferentes pensamentos e ideias - pilar do sistema democrático. Esta percepção é clara já nas obras dos pensadores que presenciaram a construção inicial do modelo na América e na Europa. John Stuart Mill entendia a liberdade de imprensa como estímulo à pluralidade e diversidade de ideias na sociedade. Para Alexis de Tocqueville, "a soberania do povo e a liberdade de imprensa são, pois, duas coisas inteiramente correlativas. (...) Entre os doze milhões de homens que vivem no território dos EUA, não há um só que tenha ousado propor a restrição da liberdade de imprensa".

A história dos jornais está, portanto, fortemente entrelaçada à história da própria democracia. Não é por outra razão que a liberdade de imprensa e, de forma mais se instituições das sociedades democráticas, transcritas de forma irrevogável em cláusulas constitucionais pétreas. Em 1791, a Primeira Emenda à Constituição Americana proibiu leis que de alguma forma impusessem restrições à liberdade de imprensa. O artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, é claro: "Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras". Uma forma primordial de o Estado democrático assegurar a liberdade de expressão é garantir a liberdade de imprensa.

Da mesma forma que em outros países, no Brasil os jornais também tiveram papel fundamental no processo político-social a partir de 1808, com a vinda da família real de Portugal e a permissão "oficial" para o estabelecimento da imprensa. Reconhecem os historiadores que o próprio processo de independência foi facilitado e antecipado pela efervescência de ideias veiculadas por meio dos jornais, e todo o enredo histórico do país até hoje tem na imprensa - jornais em particular - um agente reverberador, que permite aos brasileiros discutir seus problemas e soluções. Nem por isso foi uma história fácil ou tranquila. Em diversas fases e governos, a imprensa sofreu com censuras e tentativas de intimidações que, inversamente aos propósitos de tais tentativas, acabaram por fortalecer a imprensa como instituição.

Após um último período de autoritarismo sob a égide dos governos militares, a Constituição de 1988 consagrou definitivamente a liberdade de expressão como um direito fundamental, e a decisão do Supremo Tribunal Federal em março de 2009, revogando os constrangimentos da Lei de Imprensa do período militar, foi a pá de cal nas regras restritivas ao direito de livre expressão. Nesse cenário, a liberdade de imprensa tem sido garantidora da veiculação da pluralidade de ideias e opiniões dos brasileiros. Simultaneamente, a melhoria dos níveis gerais de escolaridade ocorrida nos últimos tempos tende a proliferar a compreensão da importância do respeito às posturas divergentes e minoritárias, segundo o princípio de que o debate livre e aberto, canalizado pelas instituições da democracia representativa, é sempre a melhor via para o encaminhamento das decisões sociais re levantes. Da mesma forma, o crescimento econômico favorece o acesso aos bens, inclusive aos jornais e a níveis superiores de instrução formal. É esse acesso que permite à sociedade entender a fundo que liberdade de imprensa significa o cidadão livre para formar a sua própria opinião.

(...)

Compor o mosaico de melhores páginas de mais de 100 associados para este livro significa, de alguma forma, ratificar a importância dessa defesa do papel dos jornais e da liberdade de imprensa ao longo da história brasileira. Cada empresa jornalística teve a difícil missão de escolher, entre tantas páginas importantes que integram suas trajetórias de tantas décadas - em certos casos, mais de um século -, aquela que considerasse a mais representativa. Alguns pinçaram episódios políticos de grande impacto no plano nacional ou na região de suas respectivas circulações. Outros mostraram denúncias que resultaram em mudanças na administração pública. Outros, ainda, retratam fatos marcantes nos esportes, na economia e na vida cotidiana dos cidadãos-leitores. Houve também escolhas relacionadas à beleza e à competência do projeto gráfico.

Mas o que todas as primeiras páginas reunidas neste livro têm em comum é o correto exercício dos jornais como testemunhas da História, como meio de informação e formação dos cidadãos. A ANJ tem orgulho do cenário montado neste livro com as primeiras páginas de importantes jornais brasileiros. É um espelho da nossa missão diante da sociedade brasileira: contribuir com o jornalismo para a permanente construção da cidadania." Os organizadores

Sobre os organizadores :

Judith Brito é diretora-superintendente do Grupo Folha e presidente da ANJ. Formada em Administração Pública pela FGV/SP. Mestre em Ciência Política pela PUC/SP.

Ricardo Pedreira é diretor-executivo da ANJ. Jornalista formado pela UFRJ, trabalhou no Jornal do Brasil, na revista Veja e na TV Globo.

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 Ganhadora :

Juliana Nicoletti, advogada da Editora Saraiva, de São Paulo/SP

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