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Danos ambientais

Caso Chevron: Consultoria diz que foi influenciada por advogados dos demandantes

Petroleira foi condenada ao pagamento de cerca de US$ 19 bi por danos ambientais no Equador.

Da Redação

terça-feira, 16 de abril de 2013

Atualizado em 15 de abril de 2013 17:16

A Stratus Consulting Inc., empresa de consultoria ambiental contratada pelos demandantes no processo da Chevron no Equador, declarou que o diagnóstico feito por ela dos impactos causados pela petroleira na Amazônia andina foi diretamente influenciado pelos advogados dos equatorianos, liderados por Steven Donziger.

Douglas Beltman, vice-presidente da Stratus, e Ann Maest, cientista da companhia, disseram que, seguindo as instruções de Donziguer, a consultoria conduziu os trabalhos de avaliação de danos ambientais usando somente os dados e informações fornecidas pelos defensores dos demandantes. A empresa não foi autorizada a coletar dados adicionais que ela acreditava ser importantes.

Segundo Beltman e Maest, os relatórios elaborados pelo engenheiro perito Richard Stalin Cabrera Vega, que apontaram os prejuízos ao ambiente amazônico, foram baseados em suposições de Donziger e dos demais representantes dos equatorianos. A Stratus afirma não acreditar que eles sejam verdadeiros e precisos. "Os relatórios 'Cabrera Report' e 'Cabrera Response' não têm fundamentos científicos e, por isso, eu os rejeito", asseverou Beltman.

Cabrera Report

O relatório de Cabrera indicou que a área de exploração de petróleo foi contaminada por petróleo cru, lama de perfuração e água de formação, despejados no ambiente desde 1967. As substâncias químicas poluíram solos, águas subterrâneas e superficiais e sedimentos.

O documento assinala que a contaminação teve origem nas operações de exploração de petróleo conduzidas pela Texpet - Texaco Petroleum Company, que manejou incorretamente os dejetos, descarregou a água de produção nos rios e queimou gases na atmosfera.

Cabrera também sugeriu que a contaminação ambiental causou danos de ordem moral, social e econômica à população local, além de afetar a saúde dos moradores da região. De acordo com sua análise, os colonos e indígenas sofreram diversos problemas, desde câncer a abortos espontâneos.

O estudo ainda mostrou que as limpezas do território realizadas pela Texaco entre 1995 e 1998 e pela Petroecuador apenas reduziram a contaminação em determinados lugares.

O que diz a Chevron

A Chevron alega que as conclusões de Cabrera foram predeterminadas e compradas pelos advogados dos autores, os quais abriram uma conta bancária "secreta" para transferir no mínimo US$ 100 mil em subornos e propinas ao perito. Conforme a petroleira, estes pagamentos se somam aos US$ 263 mil que os demandantes admitiram ter pago a Cabrera pelo trabalho que ele supostamente deveria realizar para o Tribunal de Lago Agrio de forma imparcial.

A empresa de energia aduz que os advogados dos demandantes recorreram secretamente à empresa de consultoria Stratus Consulting, de Boulder, no Estado do Colorado, Estados Unidos, para forjar o laudo de impacto ambiental "independente" daquele perito, o qual avaliou o valor da indenização compensatória em US$ 16 bi, elaborando, ainda, "comentários" ao próprio laudo, com vistas a contestar "o trabalho e as conclusões do perito" e postular que a indenização compensatória deveria ser majorada ainda mais. As respostas de "Cabrera" àqueles comentários - também elaboradas pela empresa de consultoria Stratus - majoravam a avaliação fictícia da indenização compensatória para mais de US$ 27 bi.

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